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Bem-estar animal: uma preocupação cada vez mais comum

Débora Damasceno
Débora Damasceno
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#souagro| O assunto de hoje é sobre bem-estar animal, tema mundial extremamente discutido e tem muito conhecimento interessante para passar. Dr. Agro conversou com uma pesquisadora que é destaque mundial no assunto, Fernanda Macitelli que é professora pesquisadora da Universidade Federal do Mato Grosso.

Veja o vídeo:

 

Bem-estar animal o que é isso?

Fernanda Macitelli detalha o que significa de fato o bem-estar animal: “O bem estar animal é uma ciência e a gente consegue definir isso. Não é algo utópico, muitas pessoas acham que bem-estar animal são manejados no curral ou fazer carinho no animal quando na verdade bem estar animal é o estado do corpo do animal. Simples assim, é o estado do corpo do animal, então a gente defende bem estar animal assim como o estado do corpo. ”

 

Existe relação entre bem-estar animal e produtividade?

Uma dúvida que muita gente tem é sobre se toda vez que implementar bem-estar animal vai estar melhorando a produtividade e a resposta é sim: “Se eu estou falando que bem-estar animal é o estado do corpo, o que pode estar afetando o estado desse corpo? Antes se falavam nas cinco liberdades e hoje a gente implementa os cinco princípios ou cinco domínios do bem-estar animal que são: boa nutrição, boa saúde, bom ambiente e bons comportamentos, esses quatro são princípios físicos e a gente tem um princípio psíquico que seria então um bom estado mental. Então se nós temos cinco princípios então é como se a gente colocasse o nosso botãozinho sentado numa cadeira e ela estivesse quatro pés que são os princípios físicos de nutrição saúde o ambiente e o comportamento e o encosto da cadeira dele seria o estado mental. O quinto princípio toda vez que a gente abala um desses princípios a gente mexe no bem-estar dos animais e mexe de uma forma fisiológica ele produz hormônios ele produz substâncias no corpo dele que pode sim afetar e muito a produtividade não só o ganho de peso mas também a reprodução”, explica Fernanda.

 

Bem-estar animal afeta a qualidade da carne?

Tratar bem o animal na verdade é tratar bem o próprio pecuarista, afinal esses cinco pontos são bem importantes, mas tem outra dúvida: se a qualidade da carne é afetada com o bem-estar animal: “Quando a gente fala de bem-estar animal não é só dentro da porteira. Ele tem que começar por lá, mas fora também durante todo o transporte tem que estar preocupado como bem-estar dos animais do mesmo jeito. Bem-estar animal é o estado do corpo, o estresse e a resposta do corpo. Então se a gente estressa um animal seja em qualquer situação que for, ele pode estar sim afetando tanto a qualidade da carne com a produção de alguns hormônios ou com o uso do substrato que ele tem no músculo dele, deixando a carne mais dura, como também nesses manejos a gente pode causar hematomas que trazem sim uma piora na qualidade da carne”, explica Fernanda.

Quais são as principais doenças que afetam a produção do gado?

“Temos dois tipos de doenças algumas são zoonoses que realmente afetam a saúde do homem e outras afetam a saúde dos animais e por consequência a produção deles. As que são zoonose a gente tem o apoio do governo para a erradicação delas como a brucelose, tuberculose a febre aftosa. Então essas têm um controle do governo, mas também a gente tem dentro das fazendas a preocupação de vermifugação, de controle de clostridioses. Então existem várias doenças que o pecuarista se preocupa sim e faz o controle com vacinação periódica”, detalha Fernanda.

 

Genética e Nutrição: o que tem sido feito?

“Os bovinos são beneficiado e lógicos com a melhoria da nutrição, porque a nutrição é o primeiro princípio básico do bem-estar, dos animais estarem bem nutridos para poderem responder ao ambiente e a tudo o que a gente está dando para eles. É lógico que o melhoramento genético foi um parceiro muito grande, porque não adianta a gente melhorar a nutrição se os animais não têm genética para responder a essa melhoria. Então quando eu vejo os avanços nutricionais, sinceramente é um avanço muito grande para o bem-estar dos animais afinal a gente está suprindo o primeiro princípio do bem-estar animal e lembrando que todos os princípios eles andam juntos. Então um animal em nutrido é bem mais difícil de ter, por exemplo, o princípio da saúde abalada”, explica Fernanda.

 

Principais tecnologias que contribuem para o bem-estar animal

“O que tem sido desenvolvido no Brasil e no mundo todo, são técnicas, aparelhos, equipamentos, manejo, sempre pensando em reduzir ao máximo o estresse dos animais. Sempre que a gente reduz o estresse dos animais, a gente sabe que a gente tem melhora na produtividade. Então o que tem sido feito são melhorias no planejamento dos currais, por exemplo, a implementação de balanças móveis para não ter que ficar andando com esses animais sempre. O uso de manejo no curral que sejam mais gentis com os animais, tecnologias diferentes em vacinas que podem ser utilizadas na aplicação de um menor volume. Então a gente tem várias saídas que a gente sempre pensa em reduzir o estresse do animal”, detalha Fernanda.

 

Quais são as novidades para o bem-estar animal?

“A gente tem bastante novidade, por exemplo, a redução da marca fogo, temos trabalhado por ela não queremos extinguir a marca o fogo, mesmo porque por lei ela é necessária para brucelose, mas a gente quer reduzir a aplicação disso, sabendo que a gente tem tecnologias para isso como por exemplo o uso de brinco não precisa ser eletrônico mas dá pra gente fazer identificação animal por brinco, por bottons e etc. E outras técnicas como por exemplo o uso da termografia não só para controle termográfico do animal em si, mas também para a gente saber a temperatura dele, para ver se ele está em estresse térmico ou não. O uso de drone por exemplo a gente tem fazendas usando muito drone para fazer não só contagem de animal. Hoje a gente consegue fazer a leitura de cochos e a água está limpa, ver se as vacas começaram a parir em algum em algum pasto para que a gente tome uma atitude, o mais rápido possível para não deixar com que os animais sofram de nenhuma forma”, finaliza Fernanda.

 

(Débora Damasceno/ Sou Agro com Dr. Agro)

 

(Débora Damasceno/Sou Agro)

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