Mercado da soja e do milho exige cautela
#souagro | O mercado de grãos apresenta várias nuances essa semana. O analista Modesto Daga, vice-presidente do Sindicato Rural, inicia sua abordagem com enfoque na soja. “Estamos passando por um período conturbado em relação aos mercados interno e externo”, comenta. Segundo ele, é um reflexo da Bolsa de Chicago, uma vez que a colheita americana está a todo vapor, e numa velocidade nunca vista anteriormente, com 16% da área colhida até o momento em poucos dias. “Ou seja, quando entra a oferta de mercado, a bolsa começa a reagir negativamente”.
Veja o que diz analista de mercado, Modesto Daga:
Daga comenta que ainda faltam 84% da safra americana de soja a ser colhida, com risco iminente de apresentar algum problema. Os estoques finais serão divulgados no dia 30 de novembro pelo USDA e provavelmente, ficará abaixo das previsões iniciais. “O Brasil está sem oferta para a soja. Então, de qualquer forma, os países que importam serão obrigados a se abastecer com os grãos dos Estados Unidos, forçando a bolsa a subir”, analisa.
A safra brasileira de soja acaba de iniciar o plantio, registrando vários problemas, com ênfase nas questões climáticas, principalmente a escassez hídrica. “Agora é o momento da paciência, comercializar somente o necessário e ficar de olho nas movimentações de mercado até 20 de novembro”.
Milho da Argentina
Com a liberação de todas as tributações de importação, as empresas já se organizaram para conseguir bastante milho da Argentina. “Com a abertura do tráfego entre Brasil e Argentina, a tendência é de preços para baixo neste momento, uma vez que estamos buscando o produto de fora, de países do Mercosul, chegando ao Brasil mais barato, apesar de demorar um pouco”, comenta Daga.
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Esse milho vai acabar abastecendo a indústria, momentaneamente, fazendo com que o preço sofre retração. “Porém, precisamos entender que temos uma safra de verão curta, com alguns inconvenientes ainda, como o cultivo que não deslanchou por conta da seca e um problema sério com pragas, como a cigarrinha do milho, uma praga bastante difícil de controlar”. Em suma, ainda não é possível estimar quando será possível colher a safra de verão. “Só em março do ano que vem, provavelmente. Então, a oferta está minguada e o melhor a fazer em relação ao milho, é ter cautela e esperar”.
(Vandré Dubiela/Sou Agro)