Entenda o vaivém do mercado internacional de grãos
#souagro | Os Estados Unidos ainda continuam fazendo malabarismo para alcançar as metas de produção do mercado interno. O milho, por exemplo, apresentou queda na quantidade de bom e excelente, em dois pontos, divulgados na segunda-feira, logo após o fechamento da Bolsa. “Isso é muito importante com relação à produção final, uma vez que os americanos precisam colher a safra cheia. Infelizmente a seca continuará em solo americano, reduzindo as chances de conseguir chegar à produção estimada e a quantidade e qualidade do milho será insuficiente para atender a todos”, comenta o analista de mercado e vice-presidente do Sindicato Rural de Cascavel, Modesto Daga.
Veja a análise de Modesto Daga:
Já sobre o trigo, a preocupação é uma realidade. “O trigo de primavera americano praticamente se foi e a Rússia – segunda maior exportadora do cereal, também sofre com uma quebra considerável da commodity”. Tanto é que os russos estão limitando a exportação do trigo para garantir estoques de segurança com a finalidade de garantir o abastecimento interno daquele país.
De acordo com Modesto Daga, há um perceptível rally de soja. “Na verdade, estão dando prioridade aos fatores financeiros em vez de considerar os fundamentos da Bolsa. Ou seja, até o dia 12 de agosto – data de divulgação do relatório do USDA -, haverá esse rally e cenário de altos e baixos”, prevê Daga. Segundo ele, a queda de terça-feira foi por causa dos dois pontos percentuais na qualidade das lavouras divulgado pelo USDA e isso impactou muito nos especuladores da Bolsa de Chicago. “O objetivo deles na verdade é realizar lucro, então, subiu um pouco já realizam o lucro porque eles não têm segurança naquilo que estão fazendo no momento”. É importante ressaltar: é preciso ter um cuidado redobrado até a divulgação do próximo relatório do USDA e fazer o acompanhamento com cautela quanto ao que vai acontecer no mercado de soja. A realidade é essa: o Brasil é o único país no mundo com condições de fornecer soja ao consumidor mundial. “Por isso, não se esqueça, sua soja tem muito valor”.
(Vandré Dubiela/Sou Agro)