Caminhoneiros em paralisação na Argentina por falta de diesel

Tatiane Bertolino
Tatiane Bertolino

#souagro| Por conta da escassez do óleo diesel, os sindicatos do transporte decidiram paralisar, nesta quarta-feira (22), os serviços com manifestações e bloqueios em diversas partes da Argentina. Os transportadores de Tucumán, na argentina, iniciaram uma ação por tempo indeterminado na província argentina.

Caminhoneiros do Untra (Sindicato Nacional de Transportadores e Empresas Ligadas da República Argentina) também iniciaram bloqueio em três regiões diferentes em Neuquén e Río Negro.

Os bloqueios começaram nas primeiras horas desta quarta-feira e, depois, teve concentração na Rota 151. O protesto seguiu generalizado e com inclusão de outros grupos de caminhoneiros.

Há informação de ações dos caminhoneiros em Santiago del Estero, Corrientes, Misiones, Entre Ríos, Córdoba, Santa Fe, Catamarca e lugares da província de Buenos Aires como Mar del Plata, Balcarce, Necochea, Tandil, por exemplo.

O protesto ocorre para que o preço cobrado no interior seja o mesmo de Buenos Aires, onde o diesel está mais barato. Por conta disso, a paralisação segue por tempo indeterminado.

 

O governo argentino anunciou na última semana um aumento de 12% no preço do diesel, elevando o preço por litro para 126 pesos para o diesel comum, e 145 pesos para o diesel premium.

Mas, com a escassez, os preços no interior são maiores. Em províncias mais afastadas de Buenos Aires, o preço por litro do diesel está em torno de 185 pesos e 190 pesos. O preço pode subir para 230 pesos caso queiram transportar mais do que 200 litros por caminhão por conta da escassez de combustível no país.

Ameaça à lavoura

A paralisação ocorre pouco mais de um mês depois de a Argentina ter registrado fila de caminhões nos postos de gasolina nas regiões produtoras de grãos. A falta do diesel usado nas máquinas agrícolas e nos transportes de carga ameaça, principalmente, a produção de trigo do país, já que o setor agro é o mais afetado.

A Bolsa de Cereais de Buenos Aires já prevê redução na área plantada deste produto que é essencial para o pãozinho consumido no Brasil.

O desabastecimento ocorre ao mesmo tempo em que produtores estão colhendo milho, cana de açúcar, limão e erva para o chimarrão.

A Ciara (Câmara da Indústria Oleaginosa Argentina), que reúne empresas do setor de azeites e farinhas, reiterou em um comunicado que o governo deveria flexibilizar a participação de biocombustível nos combustíveis do País. Para a Ciara, a Argentina “dispõe de matéria prima e capacidade de produção de biodiesel para substituir mais de um milhão de toneladas de importação de diesel com uma produto 100% de fabricação nacional”. O que a CIARA e a Câmara Argentina de Biocombustíveis sugerem é a maior participação do biodiesel na cadeia de produção e de distribuição de combustíveis, para reduzir a dependência do diesel.

 

(Tatiane Bertolino/Sou Agro)

Fotos: Carlos Geneiro e Rodrigo Abd/AP

Com informações de Clarin e de  La Nacion

(Tatiane Bertolino/Sou Agro)

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