Liberação do plantio em reservas ambientais nos EUA é polêmica

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Liberação do plantio em reservas ambientais nos EUA é polêmica

Débora Damasceno

1 de junho de 2022 às 11:15

#souagro| Na semana passada nós trouxemos aqui no portal Sou Agro a notícia que o governo dos Estados Unidos vai permitir que alguns produtores rurais façam o plantio em terras ambientalmente sensíveis que foram reservadas para conservação. A informação é do Departamento de Agricultura (USDA). A alegação para a decisão é que esse plantio vai ajudar no combate a crise alimentar global.

Acontece que a novidade tem dividido opiniões, por conta disso, fomos saber como essa mudança é vista pela Frente Parlamentar da Agropecuária. O Presidente da conhecida bancada ruralista, o deputado federal Sérgio Souza, disse que não é possível falar muito sobre o assunto, mas defende que o Brasil precisa continuar fazendo o seu dever de casa que é entregar produtos de boa qualidade ao mundo.

“Eu vi as notícias sobre a liberação nos Estados Unidos para que o produtor rural venha usar áreas de de reserva ambiental para produzir alimentos. Não conheça os detalhes, então a gente tem que tomar um pouco de cautela para não não ir além daquilo que a gente conhece. Nós da frente parlamentar agropecuária já estamos fazendo todo um levantamento disso para entender o que os americanos vão vão fazer. Por um outro lado, nós temos que fazer aqui o nosso dever dever de casa. O Brasil é um grande produtor de alimentos, nós produzimos em excedente e nós temos que vender, comercializar esse nosso excedente, o Paraná, especialmente, nosso estado é maravilhoso e vende principalmente já transformados como proteína animal”, detalha.

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Segundo o presidente da FPA, é importante que o Brasil continue mantendo os critérios de produção e mantenha as atividades regulares para atender todos os requisitos exigidos pelos países que compram os produtos brasileiros.

“Nós sabemos os espaços que temos, na Europa, no Oriente Médio, na Ásia, são nossos grandes compradores. E estes tem regras, principalmente na Europa, eles exigem alguns selos e nós somos muito preocupados com isso. Então, eu vejo o seguinte: temos que fazer o nosso dever de casa, nós temos uma legislação que é o código florestal que tem desafios enormes. A frente parlamentar da agropecuária tem tratado isso constantemente. Eu estive na embaixada da Alemanha em um jantar com embaixadores dos países baixos, da Itália, Dinamarca, Espanha e outros tantos, tratando desses assuntos. Então a gente está sempre monitorando a imagem do Brasil lá fora e tentando aqui internamente produzir cada vez mais de maneira correta garantindo a segurança alimentar dos nossos brasileiros e também dos nossos estrangeiros. E aqui no Brasil sempre buscando a redução do custo de produção pra nós entregarmos um alimento de qualidade e mais barato a mesa do cidadão brasileiro”, finaliza o deputado.

A DECISÃO DOS EUA

Segundo o comunicado do Departamento de Agricultura Americano, a oferta de plantio em reservas ambientais, está aberta para os agricultores que estão no último ano de contrato com o Programa de Reservas de Conservação (CRP) da agência. O programa paga aos produtores por hectares de pousio (técnica utilizada para preservar a terra que mantém uma área sem cultivo por certo período) sob contratos de 10 ou 15 anos.

O Departamento informou ainda que teria que aprovar os pedidos dos agricultores para encerrar voluntariamente o contrato antecipadamente: “Os participantes aprovados para esta rescisão voluntária única não terão que pagar os custos de aluguel. para ajudar a mitigar os desafios globais de fornecimento de alimentos causados pela invasão russa da Ucrânia e outros fatores”, diz a publicação.

Se aprovada a solicitação, o produtor rural vai poder começar a preparar a terra para o plantio e plantar uma safra de sementes de outono antes de 1º de outubro de 2022: “Para terras em climas mais frios, essa flexibilidade pode permitir um melhor estabelecimento de uma safra de trigo de inverno ou preparar melhor a terra para o plantio de primavera”, disse o USDA.

(Débora Damasceno/Sou Agro )

(Foto ilustrativa: Polícia Ambiental)

(Débora Damasceno/Sou Agro)