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Polícia resgata cães que sofriam maus-tratos no PR

Débora Damasceno
Débora Damasceno

#souagro| Os maus-tratos a animais geram grande comoção e revolta entre a população, mas esse tipo de crime continua acontecendo. Mesmo com a lei mais severa desde 2020, a Polícia sempre recebe denúncias de situações assim. Como aconteceu em Pato Branco, Sudoeste paranaense.

As equipes receberam uma denúncia anônima, quando o Batalhão de Polícia Ambiental Força Verde em conjunto com Polícia Civil, IAT e Secretaria do Meio Ambiental foram verificar o local e encontraram dezenas de cães em condições críticas.

Ao todo, 169 animais foram encontrados em duas ações de fiscalização, ambas em residências localizadas na zona rural da cidade. O Batalhão de Polícia Ambiental – Força Verde (BPAmb-FV), a Polícia Civil e a prefeitura participaram da fiscalização.

Na primeira abordagem, nesta quinta-feira (12) ao chegar na propriedade a situação era realmente grave. 25 cães estavam presos em espaços pequenos e extremamente sujos, com a presença de fezes, urina e alguns roedores mortos, além de potes com água suja e falta de alimentação. Alguns animais, estavam feridos e aparentemente desnutridos. A situação de maus-tratos foi confirmada pela médica veterinária que acompanhava as equipes.

Ratos mortos estavam no mesmo local que os cães
cães
Cães estavam machucados e doentes

O proprietário da área informou que aluga o local sem contrato. As equipes entraram em contato com o suposto locatário, mas ele não compareceu no local. Com isso, o dono do local  foi multado em R$ 25.000,00 e levado até a Delegacia para realização dos procedimentos legais.

Quatro cães feridos foram encaminhados para tratamento veterinário e os outros animais ficaram sob a responsabilidade da Secretaria do Meio Ambiente de Pato Branco.

cães

Resultados:
– 25 cães apreendidos
– 01 preso
-multa R$ 25.000

 

SEGUNDA ABORDAGEM

Já a segunda abordagem aconteceu nesta sexta-feira (13) pelos profissionais do Escritório Regional do IAT em Pato Branco, com apoio da Polícia Civil e da prefeitura. Foram identificados 144 animais na propriedade.

Alguns estavam sendo criados com o objetivo final de comercialização e eram mantidos em gaiolas. “São situações tristes que, infelizmente, precisam ser mostradas para que não aconteçam novamente”, destacou a chefe do Escritório Regional de Pato Branco, Flávia Ostapiv. “Os dois casos foram registrados na delegacia e agora daremos continuidade aos procedimentos administrativos cabíveis”.

 

O proprietário dessa residência deve se apresentar ao IAT na próxima semana para prestar esclarecimentos. De acordo com o assistente que atendeu as ocorrências, Vitor Debastiani Valer, manter animais presos da maneira como observado na ação já caracteriza maus-tratos, mas poucos sabem. “Parte dos animais será encaminhada, em caráter temporário, a ONGs e clínicas veterinárias. O IAT, a Polícia Civil e a prefeitura analisam a melhor destinação para que eles tenham os cuidados mais adequados”, afirmou.

A LEI

Em 2020 entrou em vigor a Lei 1.095/2019 que aumenta a punição para quem praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais. A legislação abrange animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos, incluindo, aí, cães e gatos, que acabam sendo os animais domésticos mais comuns e as principais vítimas desse tipo de crime. A nova lei cria um item específico para esses animais. Com isso, a prática de abuso e maus tratos a animais passou a ser punida com pena de reclusão de dois a cinco anos, além de multa e a proibição de guarda. Antes da lei, o crime de maus-tratos a animais constava no artigo 32 da Lei de Crimes Ambientais 9.605/98 e a pena previa de três meses a um ano de reclusão, além de multa. A lei também prevê punição a estabelecimentos comerciais e rurais que facilitarem o crime contra animais.

(Débora Damasceno/Sou Agro com AEN)

 

(Fotos: Polícia Ambiental)

(Débora Damasceno/Sou Agro)

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