O recomeço depois da destruição deixada pela tempestade

Débora Damasceno
Débora Damasceno

#souagro| Ao chegar na propriedade da família Zoz não tem como não se comover com o que está diante dos olhos. São imagens que realmente impressionam, não parece que aquilo realmente aconteceu. Uma tempestade de granizo destruiu em minutos, o que a família levou anos para construir.

Maripá foi uma das cidades mais atingidas pelo temporal do dia 22 de abril. Foi um rastro de destruição nas lavouras e também nas estruturas das propriedades. No barracão de ordenha robotizada da família Zoz, não sobrou nada. O ferro foi completamente retorcido, vigas de concreto foram arrancadas como se fossem de papel. As placas de energia solar foram destruídas ou saíram voando com a força do vento. Equipamentos de trabalho destruídos, vacas morreram e fugiram. Um cenário realmente devastador…

ASSISTA O VÍDEO: 

COMO FOI A CHEGADA DO GRANIZO?

Cássio Zoz, é produtor rural e estava na propriedade no momento em que o granizo chegou, por pouco conseguiu sair do barracão que foi levado pela força da tempestade: “Era um dia normal, como outro qualquer e numa hora pra outra começou, levantou um tempo estranho e foi vindo e a luz começou a piscar, eu até subi aqui no barracão pra ver que é ordenha robotizada. Então eu falei, vou desligar e vou descer pra casa. Depois eu venho ligar de novo. Mas deu tempo de desligar os equipamentos, quando eu quis sair na porta já granizo, vento e uma hora pra outra já levantou o telhado. Eu fui para uma casinha de laje onde ficam os equipamentos”, detalha Cássio.

 

DESTRUIÇÃO TOTAL

Praticamente tudo na propriedade foi destruído, pouca coisa se salvou. Neste momento apenas a casa da família e um espaço mais antigo onde ficavam outras vacas é que permaneceu em pé: “Arrancou tudo, deu mais um tanto de granizo ainda. Aí depois deu uma acalmada, eu saí fora, fui pra baixo, quando eu ia indo pra casa, o pai já vinha pra cima. Eu falei, vai pra baixo que arrancou tudo já ele falou que também arrancou tudo embaixo. Tem um barraquinho lá que até ainda aguentou, o mais fraco parece que que sobreviveu mais lá”, conta o produtor.

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A SOLIDARIEDADE EM MEIO A DESTRUIÇÃO

A solidariedade tem papel fundamental neste momento, tanto que os animais que estavam no barracão destruído estão sendo cuidados pelos vizinho da família Zoz: “Tinham 36 vacas em lactação, morreu duas, na hora, duas fugiu e as outras feridas, umas dez, quinze feridas e daí tinha mais umas vinte novilha um pouco maior e umas umas dez bezerra, um pouco menor. Graças a Deus tem produtores que ajudaram muito a gente. Acolheu as vacas lá, porque a preocupação era onde vai ordenhar, o que vai fazer com essas vacas. Mas no outro dia já se prontificaram, vieram e buscaram. Graças a Deus o pessoal, vizinhança, amigo, todo mundo se preocupou, já veio ajudar, muita ajuda tivemos e inda estamos tendo. Não tem nem palavra pra agradecer o que o pessoal fez aí com a gente.

Por conta do rastro de destruição na propriedade, amigos se uniram e criaram uma vakinha online para ajudar a família Zoz a se reerguer. O grupo se solidarizou com as perdas dos produtores e pede colaboração de todos que puderem colaborar. Para quem quiser ajudar a família com qualquer valor é só clicar AQUI.

 

O MILHO

A lavoura de milho também foi afetada pela tempestade: ” Não sobrou nada, o milho varreu. Ia fazer silagem,  mas não sobrou nada. Por enquanto não tem data para as vacas voltarem, vamos ver o que que nós vamos conseguir reconstruir, tem que plantar um milho de novo, tem que conseguir alimento pra eles de novo, também pra poder trazer de volta”, detalha Cássio.

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O PREJUÍZO

A estrutura de robotização era nova, todo barracão estava pronto há pouco tempo: “Esse das vacas nós inauguramos em dezembro, começamos a ordenha robotizada. Nós temos aproximadamente uns R$ 3 nesse barracão, com as máquinas, os equipamentos também. Daí tem mais o barracão de máquina, casa, o prejuízo uns R$4,5 a R$5 milhões”, diz Cássio.

TEM SEGURO?

Com um prejuízo milionário, a expectativa da família é que o seguro vai cobrir muito pouco deste valor: “Seguro tem, mas não vai cobrir tudo não. Sabe como é seguro, tem limites, então granizo eu tinha um porteira fechada. Os limites daí pra vendaval, granizo é R$ 500 mil. Vamos ver, vai por seguro ainda, analisar e tudo. Agora, R$ 3,5 milhões, pelo menos aí de prejuízo”, detalha o produtor.

O RECOMEÇO

Se tem uma coisa que o produtor rural tem é perseverança, não importa a dificuldade, ele sempre tem força e uma palavra positiva para se reerguer e seguir em frente: “Vamos tocando pra ver, ainda tem os peixes também né? Também não está um mercado muito difícil também, mas estamos aí vendo o que que conseguimos. Tem que tocar pra frente e ver o que que vai dar pra reconstruir, ver o que aproveita, o que não aproveita e seguir. Agricultor é assim, né?”, finaliza Cássio Zoz.

(Texto: Débora Damasceno – Vídeo: Sirlei Benetti – Sou Agro)

 

(Fotos: Débora Damasceno)

(Débora Damasceno/Sou Agro)

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