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Polícia aprende mais R$ 160 mil em vinho ilegal no Oeste do PR

Débora Damasceno
Débora Damasceno
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#souagro| O contrabando de vinho está cada vez mais intenso no Paraná. Teve mais flagrantes da bebida entrando ilegalmente no Brasil, foram dois casos, um em Cascavel, no Oeste do Paraná e outro em Pranchita no Sudoeste.

No caso de Cascavel, a ação foi das equipes do Choque da Polícia Militar que durante patrulhamento pela BR 467 abordou um veículo que durante vistoria foi verificado que ele estava carregado com garrafas vinhos argentinos. Foram aproximadamente 400 garrafas da bebida avaliada em R$ 162 mil.

 

O casal que estava no carro contou que levaria os produtos para Londrina. Diante dos fatos, os envolvidos foram identificados e liberado. A mercadoria foi encaminhada ao pátio da Receita Federal para os procedimentos cabíveis.

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APREENSÃO EM PRANCHITA

Já em Pranchita, de acordo com as informações, os policiais militares do BPFRON (Batalhão de Polícia de Fronteira) abordaram um ônibus interestadual. Em revista  às bagagens de um homem de 37 anos foram encontradas 219 garrafas de vinho de origem Argentina ilegais.

 

O homem foi identificado e liberado. O material apreendido foi entregue na Receita Federal do Brasil em Santo Antônio do Sudoeste para demais procedimentos.

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PREOCUPAÇÃO COM CONTRABANDO DE VINHO

Polícia Rodoviária Federal já demonstrou preocupação com esse aumento das apreensões de vinho com entrada irregular no Brasil. É que segundo a PRF o perfil de quem traz o vinho ilegalmente tem mudado nos últimos anos. Se no início das apreensões era mais comum o “pequeno contrabandista”, pessoas transportando pequenas cargas, agora o crime organizado é o dono o comércio do vinho ilegal. A utilização de veículos roubados, clones, batedores e olheiros são alguns dos artifícios praticados pelos contrabandistas e quadrilhas.

As quadrilhas do tráfico de drogas estão diversificando o leque de crimes com o comércio ilegal de vinho, uma forma de investimento criminoso para capitalizar as organizações. É o que aponta um levantamento realizado pelos setores operacionais da PRF no Paraná. “Não é o pequeno muambeiro que vai ali comprar um pouco de vinho e trazer, são quadrilhas altamente organizadas“, comenta um policial rodoviário federal que atua em operações contra esse tipo de crime.

 

 

Para quem compra o vinho ilegal, a impressão que se tem é a de que apenas está burlando as leis fiscais e não pagando imposto, e assim tendo a vantagem de comprar o vinho por preços mais acessíveis. Entretanto, quem compra o vinho que entra ilegalmente  pode estar contribuindo diretamente para a manutenção da saúde financeira de quadrilhas do crime organizado.

PORQUE O VINHO ARGENTINO  É ATRATIVO?

Segundo a Receita Federal, o que torna o vinho argentino atrativo para praticar esse tipo de crime é o gap cambial – a desvalorização da moeda argentina frente à brasileira.  “A diferença cambial é gigantesca, então o importador regular que utiliza o câmbio oficial para suas importações acaba saindo em desvantagem em relação ao contrabandista”, explica o delegado da Receita Federal na região.

Grupos de Whatsapp, marketplaces digitais e até distribuidoras de bebidas e restaurantes são pontos de distribuição de vinho ilegal. Ao comparar os valores de algumas garrafas de vinho vendidas nestes grupos de Whatsapp com o de venda das mesmas garrafas no mercado nacional, percebe-se que o preço praticado pelos contrabandistas é muito abaixo do praticado pelas importadoras lícitas.

Em alguns casos, os vinhos dos contrabandistas têm um valor de venda até 72% menor do que os vendidos por importadores regularizados. De acordo com o delegado, “dificilmente você consegue achar vinho argentino sendo importado licitamente hoje, os importadores oficiais quase não trabalham com vinho argentino mais”.

Vinhos que são comprados na Argentina por R$30 – na cotação do câmbio paralelo – são vendidos pelos contrabandistas a R$150 em grupos de Whatsapp. Estes mesmos vinhos são vendidos por R$350 a R$800 no mercado lícito no Brasil. De acordo com um levantamento feito pela Receita Federal em Santa Catarina, o lucro obtido pelos contrabandistas já chegou a ser até cinco vezes maior do que o valor de compra do produto argentino.

Hoje em dia, devido a grande quantidade de contrabandistas no mercado, a margem de lucro é um pouco menor, chegando na casa dos 300%. “Essa margem tem caído porque agora é criminoso concorrendo com criminoso”, comenta o servidor da Receita Federal na região.

(Débora Damasceno/Sou Agro com PM, Bpfron e PRF)

(Fotos: PM e Bpfron)

(Débora Damasceno/Sou Agro)

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