Foto: Reprodução/Arquivo

Será que é possível diminuir o uso de fertilizantes na agropecuária brasileira?

Débora Damasceno
Débora Damasceno
Foto: Reprodução/Arquivo

#souagro| O debate sobre a dependência de fertilizantes da agricultura brasileira tem ganhado espaço nos últimos anos, principalmente em um cenário provocado pela pandemia de Covid-19 e do conflito militar entre a Rússia e a Ucrânia, que dificultou o comércio internacional. Hoje, o Brasil responde por 8% do consumo global de fertilizantes, ocupando a 4ª posição (atrás da China, Índia e Estados Unidos), sendo que 80% dos produtos são importados.

E é justamente nisso que a Caravana Embrapa tem atuado, inclusive falamos que em junho ela passou pelo Paraná e inclusive com visita à Cascavel. Durante o  Congresso Nacional de Milho e Sorgo, a Caravana foi tema de debate, é que a iniciativa pretende levar ao setor produtivo soluções para o aumento da eficiência do uso de fertilizantes e de insumos para a nutrição das plantas.

 

Para Sérgio Abud, chefe do Setor de Implementação da Programação de Transferência de Tecnologia da Embrapa Cerrados, a Caravana Embrapa tem dado uma grande contribuição aos produtores, apresentando alternativas e tecnologias sustentáveis que podem contribuir para maior eficiência no uso desses insumos, principalmente diante das dificuldades enfrentadas pelo setor com a baixa disponibilidade de fertilizantes.

A Caravana Embrapa já percorreu os estados de Mato Grosso do Sul, São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Minas Gerais. No total, serão atendidos 48 polos agrícolas em dez macrorregiões brasileiras. Abud é um dos coordenadores da iniciativa e acompanhou algumas dessas ações.

Sobre as soluções levadas para o público, ele explica: “Nós buscamos identificar as áreas de cultivo na região e fazer um diagnóstico daquele solo para fazer uma recomendação mais assertiva, com novas alternativas de fertilizantes e de nutrientes para o produtor. Também recomendamos agricultura de precisão e tecnologias de alta sustentabilidade, como plantas de cobertura, manejo com insumos biológicos, formação de perfil de solo para aumentar o sistema radicular das plantas, o que permite maior absorção de água e nutrientes, o que contribuirá não só para a maior eficiência dos fertilizantes como também para o aumento na produtividade com melhor retorno para o produtor”.

 

Abud falou de cinco temáticas relacionadas ao cenário da agricultura brasileira: planejamento agrícola; boas práticas para o uso eficiente de fertilizantes; novos fertilizantes e insumos; soluções digitais; tecnologias de manejo para a sustentabilidade agrícola. “Muitas tecnologias que estamos levando às regiões agrícolas não são novidade. O diferencial é o posicionamento, feito de forma sistêmica e metodológica, desafiando o produtor a ter um novo olhar sobre o manejo do solo, buscando uma maior eficiência no uso dos fertilizantes. Isso contribui para que alguns deles mudem sua interpretação das tecnologias que tradicionalmente usam em suas áreas, quando percebem que, diante de um cenário desafiador, eles têm que ter um olhar diferente e buscar novas alternativas”, avalia.

Segundo dados da Embrapa, as tecnologias e soluções apresentadas têm impacto imediato. Sua adoção pode promover uma economia de até 20% no uso desses insumos agrícolas já na safra 2022/23, o que representa uma economia de até US$ 1 bilhão para os produtores rurais brasileiros.

(Débora Damasceno/Sou Agro com Embrapa)

(Foto: Envato)

(Débora Damasceno/Sou Agro)

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