Aplicativo ajuda produtor de soja a enfrentar escassez de fertilizantes
Um aplicativo auxilia produtores de soja a enfrentar a escassez de fertilizantes. Ele vai ajudar os agricultores a enfrentar a escassez e os altos preços dos fertilizantes, que sufocam o setor agrícola mundial há quase sete meses, por conta da guerra entre Ucrânia e Rússia.
Inicialmente, o Nutri Meio-Norte, módulo soja, é o recomendado pela Embrapa para os produtores dos cerrados do Piauí e do Maranhão, que iniciam o plantio na segunda quinzena de outubro.
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No início de fevereiro, um dos fertilizantes mais usados, o saco de 50 quilos de cloreto de potássio, por exemplo, custava R$ 335,00. Hoje, já é vendido a R$ 420,00. Os russos estão em segundo lugar na produção de fertilizantes. O Canadá é o maior produtor. O Brasil ainda tropeça na produção de fertilizantes e importa 95% do cloreto de potássio usado nas lavouras das cinco regiões do País.
Usando um smartphone ou tablete, o agricultor pode baixar o aplicativo gratuitamente na internet pelos sistemas Android (Play Store) e iOS (App Store). Em poucos segundos de manejo, o Nutri Meio-Norte já disponibiliza um balanço nutricional da plantação de soja, com as quantidades de nutrientes e corretivos que a lavoura precisa. Essa tecnologia traz velocidade, precisão na gestão de uma lavoura de soja e economia, já que a cultura necessita de insumos cotados em dólar.
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Passo a passo
Em poucos passos, o produtor pode obter esse balanço nutricional, como orienta o pesquisador Henrique Antunes, da Embrapa Meio-Norte, um dos responsáveis pelas informações técnicas. “Primeiro, ele tem que realizar a análise foliar da lavoura, feita por um laboratório especializado. Após abrir o aplicativo, o agricultor deverá inserir na página ‘análise foliar’ dados obtidos na análise laboratorial das amostras de sua lavoura, como as quantidades dos macro e micronutrientes encontrados. Depois, ele deve escolher o método de análise, Recomendação e Dianóstico (DRIS) ou Diagnose da Composição Nutricional (CND), e clicar no botão ‘enviar’”.
“Em seguida – prossegue – aparecerão os índices nutricionais em formato de gráficos de barra e radar. Ele deve clicar, então, em ‘gerar relatório’ para abrir um formulário a ser preenchido sobre dados da propriedade, em talhão ou lavoura, como área plantada, data da coleta da folha diagnóstica e algum manejo realizado na área. Finalmente, ao clicar em ‘baixar’, os resultados gerados são armazenados no dispositivo em forma de relatório que pode ser compartilhado por e-mail ou programas de mensagens, como o WhatsApp”. O cientista destaca que, com o resultado, o produtor pode “adequar a adubação e ter eficiência no uso de nutrientes”.
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A análise de tecido vegetal, que é conhecida também como análise foliar, tem como princípio básico de amostragem a seleção de partes da planta, como as folhas. No cerrado piauiense, hoje, as análises são feitas no laboratório de solo da Universidade Federal do Piauí (UFPI), no município de Bom Jesus, a 603 quilômetros ao sul de Teresina. No Maranhão, os produtores podem procurar o laboratório Terra Brasileira, no município de Balsas, a 799 quilômetros de São Luís.
Apresentado em versão final no AgroBalsas 2019, o aplicativo Nutri Meio-Norte foi desenvolvido, em 2018, pelo então estagiário de tecnologia da informação Filipe Ribeiro Chaves, da Associação de Ensino Superior do Piauí (Aespi-FAPI), em Teresina, da equipe vencedora da maratona Hackathon Acadêmico Embrapa 2017, no Piauí. A tecnologia foi construída para ser uma plataforma digital ampla, segundo Antunes. O próximo passo é desenvolver um módulo com feijão-caupi (feijão-de-corda), que também apresentará o balanço nutricional da planta.
(Tatiane Bertolino/Sou Agro – com Embrapa)