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Mudanças climáticas bruscas: será que a La Niña tem culpa nisso?

Débora Damasceno
Débora Damasceno
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#souagro| Tivemos um dos julhos mais quentes dos últimos anos, o que não é nada comum para esta época. Mas aí chegamos em agosto com previsão de frio intenso, chuvas acimas da média e até neve para a região Sul do Brasil. Realmente o que mais temos visto é mudança climática, o que sempre deixa o produtor rural aflito. Outra coisa que causa receio no agricultor, é ouvir falar da La Niña, então será que todas essas alterações no tempo não tem ligação com a La Niña? Bom, o especialista Ronaldo Coutinho, diz que o fenômeno está aí e não deve ir embora tão cedo, ou seja, tem sim responsabilidade nessas mudanças bruscas.

VEJA O VÍDEO:

“Setembro, outubro e novembro, primavera, a La Niña moderada quase forte, pegando todo o pacífico. Ela já está em andamento, né? Já começou a ganhar força, também tem várias áreas que a gente observa aqui que tem influência pra gente. Mais quente aqui no litoral do nordeste e aqui no sul. Então eu apostaria mais em chuva irregular, momentos em que chove demais intercalado com períodos de pouca chuva. Então vai ser bem bagunçado nesse sentido também na temperatura. Agora está vindo aquilo que a gente já tinha falado lá no começo do ano. O frio tardio.
Está se preparando grande massa de ar polar que deve atingir o centro-sul do Brasil a partir dessa quinta-feira provocando uma friagem muito forte, neve nos três estados do Sul entre os campos de Palmas, Santa Catarina, Serra Gaúcha, de quinta pra sexta-feira”, detalha Coutinho.

 

Realmente a mudança brusca já está acontecendo, tivemos destruições no Rio Grande do Sul com granizo e vento forte, muitos estragos no Paraná e Santa Catarina com a passagem do ciclone, portanto depois de todo calor de julho, agora veio um agosto totalmente atípico.

“Então, nós vamos ter o quê? Uma situação de um frio forte na hora errada. Como fez muito calor em julho, acelerou bastante. Então, cereais de inverno, fruteiras, quem plantou cedo, corre sério risco de ter danos irreversíveis no final da próxima semana. E aqui no Sul aquela bagunça, excesso e falta de chuva alternados ao longo de todo o segundo semestre, fora a temperatura alta e baixa. Quando chega dezembro, janeiro, continua com a La Niña, mas ele melhorou um pouquinho, perdeu um pouquinho de intensidade. E de resto aqui, sem muita mudança. E aqui, a primeira mudança que eu vejo positiva pra quem não quer La Niña, de janeiro, fevereiro, março, deu uma pequena diminuída, ainda continua neutro frio e aqui o Atlântico um pouco mais quente. Então, no Sul não acredito numa estiagem tão severa como nós tivemos o ano passado, ter problema com falta de chuva, vai, mas vai ter problema com alguns períodos de excesso. A primavera tende a ser uma primavera com muita irregularidade na chuva, fria e com problemas também desses temporais de primavera mais forte que o normal. Talvez esse ano seja um pouquinho mais tempestuoso em relação aos dois últimos em relação a frequência. Tem que ficar bastante atento nesse sentido”, finaliza Coutinho.

 

PRÓXIMOS DIAS NO PARANÁ

Segundo o Simepar, no Paraná, na quarta-feira a instabilidade atmosférica segue presente sobre o Paraná, em função da formação de uma nova frente fria sobre o Sul do Brasil. Assim, no decorrer do dia, são esperadas pancadas de chuvas acompanhadas de descargas elétricas nas diversas regiões paranaenses. As condições atmosféricas seguem favoráveis para ocorrência de temporais no Estado (maior possibilidade entre o noroeste, oeste e o sudoeste). Temperaturas variam pouco durante o dia.

Já na quinta-feira, a passagem de uma nova frente fria mantém o tempo segue instável nas diversas regiões paranaenses. Eventos de chuva são esperados a qualquer momento do dia, com acumulados que deverão ser significativos. Há condições favoráveis também para o desenvolvimento de temporais. Ainda na quinta-feira, teremos a incursão de uma massa de ar frio que induz o declínio acentuado das temperaturas. Na sexta-feira, o frio se estabelece sobre o Estado, mantendo-se pelo menos até sábado, com expectativa de geadas em diversos setores.

(Foto: Envato)

 

(Débora Damasceno/Sou Agro)

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