Prejuízos causados pela cigarrinha do milho estão no alvo de monitoramento
#souagro| A cigarrinha do milho é uma preocupação constante do produtor rural, mas nesta safra a praga veio com ainda mais força. Inclusive nós do portal Sou Agro conversamos com um especialista que explicou o motivo desse aumento de destruição nas lavouras, para ver a reportagem é só clicar AQUI.
A situação é bem crítica e por conta disso, a Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), em parceria com o Ministério da Agricultura, estão fazendo o monitoramento da praga que causa o enfezamento do milho e deixa grandes prejuízos nas lavouras. A ideia deste trabalho é compreender melhor o avanço da doença e fornecer mais informações para que a pesquisa possa orientar os produtores rurais quanto ao manejo correto do problema fitossanitário, reduzindo assim o uso de inseticidas para o controle do inseto vetor do enfezamento, que é a cigarrinha Dalbulus maidis.
ETAPAS DO MONITORAMENTO
O trabalho de monitoramento será dividido em duas etapas: a primeira que consiste no levantamento da ocorrência do vetor do enfezamento, e uma segunda, que é a coleta das folhas do milho. Depois da finalização disso, os materiais serão analisados em laboratório para identificar a presença ou não dos complexos dos enfezamentos, além de viroses associadas à cultura.
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DIFICULDADES NA PRODUÇÃO DO MILHO
Nos últimos anos o produtor rural no geral tem enfrentado muitas dificuldades, no cultivo do milho não é diferente. São muitos desafios, um deles foi a estiagem, que prejudicou o desenvolvimento da primeira safra da cultura, semeada nos meses de setembro e outubro de 2021. Já a atual, chamada de segunda safra, que é a maior em área plantada e produção, tem contado com condições climáticas mais favoráveis ao desenvolvimento. Entretanto, o ataque das pragas, em especial a cigarrinha, pode se tornar um fator limitante para a quantidade e a qualidade da produção dessa cultura.
AUMENTO DO USO DE AGROTÓXICOS
A Adapar, por meio do Sistema de Monitoramento do Comércio e Uso de Agrotóxicos do Estado do Paraná (Siagro), acompanha o uso de agrotóxicos ao longo do desenvolvimento da cultura nos últimos anos e os números são alarmantes quando se trata de inseticidas utilizados para o manejo da cigarrinha do milho. O crescimento é gigantesco, tanto no volume total utilizado, como as dosagens de aplicação.
Para se ter uma ideia, comparando as safras 19/20, 20/21 e 21/22, as doses nos cultivos de primeira safra saltaram de 0,019 litro por hectare (l/Ha), para 0,136 e 0,907, respectivamente. Já na segunda safra, subiram de 0,144 para 0,351 l/Ha, mas ainda existe expectativa e preocupação quanto ao aumento dos números. É nesta safra que normalmente se tem uso mais intensivo dos inseticidas, visto que há maior pressão da praga, decorrente principalmente da migração dos insetos das lavouras cultivadas na primeira safra, além da interferência das condições climáticas.
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PROBLEMAS DA CIGARRINHA PARA O MILHO
Os enfezamentos do milho são causados por bactérias pertencentes à classe dos Mollicutes, que são transmitidas pela cigarrinha-do-milho. O espiroplasma causa o enfezamento pálido, enquanto o fitoplasma causa o enfezamento vermelho. As doenças são vasculares e sistêmicas: os mollicutes se concentram no floema da planta, estrutura responsável pela circulação da seiva elaborada (composta por nutrientes), obstruindo-o e causando desordens fisiológicas, nutricionais e bioquímicas nas plantas de milho.
Os sintomas das doenças são mais severos na fase de produção, polinização e formação dos grãos, quando o metabolismo da planta se intensifica. O momento exato da ocorrência vai depender da época em que a planta foi infectada, da cultivar de milho utilizada e das condições ambientais (em períodos mais quentes, o metabolismo da planta é mais intenso).
A IMPORTÂNCIA DO MILHO NO PARANÁ
A cultura do milho tem importância econômica para o Paraná, representando 14,8% da produção nacional na atual safra – 2021/22. A área cultivada em primeira e segunda safra está próxima a 3 milhões de hectares. O milho ainda representa o segundo produto vegetal em Valor Bruto de Produção no Estado, destacando-se como um importante item na pauta de exportações, com vendas externas de U$$ 183,16 milhões.
(Débora Damasceno/Sou Agro com AEN)
(Fotos: AEN)