NIÑA

La Niña não vai embora tão cedo e ameaça lavouras

Débora Damasceno
Débora Damasceno
NIÑA

#souagro| La Niña é um fenômeno que gera muita dor de cabeça aos agricultores. Afinal é o que causa as grandes mudanças climáticas ao longo dos meses e por isso, é sempre importante ficar de olho nas previsões para os próximos meses. Ao que tudo indica, ela ainda deve trazer muita preocupação aos produtores rurais, afinal toda essa instabilidade ameaça as lavouras.

O engenheiro agrônomo Ronaldo Coutinho, sempre apresenta um parâmetro sobre o que há por vir e segundo ele o sinal de alerta deve permanecer aceso. Para o Sul do Brasil a atenção é voltada principalmente para a geada: “No Sul, o problema são as frutas de caroço, as frutas de clima temperado. Por enquanto o inverno está começando muito bem, já estamos com uma boa soma de unidades de frio, horas de frio, cereais de inverno por enquanto estão indo bem, sempre escalonando, porque quem plantou entre abril até junho, vai pegar geada durante todo o ciclo. Então, escalonar para que quando chegar o período crítico, floração, enchimento de grão, não tenha geada naquele momento. Pessoal que planta mais tarde, Guarapuava, nos Campos de Palmas, na região de Fraiburgo, Campos Novos e Lagoa Vermelha, esses é plantar o mais tarde possível e mesmo assim vai correr risco. Entre abril a outubro nas áreas mais altas tem risco de geada com dano. Nas áreas mais elevadas que tem frutas, o risco de geada vai até o final do ano”, explica Ronaldo Coutinho.

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LA NIÑA PREOCUPA PRODUÇÃO DE VÁRIAS CULTURAS

As alterações com períodos de muito calor e frio também é preocupante para algumas culturas: “Em várias regiões, entre meados de agosto ou setembro não dá para descartar algum momento de calor forte por um período de cinco, dez ou quinze dias, mas sempre com essa alternância momentos de calor forte e momentos de frio mais intenso. O café já teve algum dano bem pontual nessa onda de frio. Ainda podemos ter um risco alto de frio durante o mês de junho e julho e alguma chance na primeira metade de agosto. Então, ainda é possível que o café, brasileiro, tenha duas ou três massas de ar frio que possam trazer alguma preocupação”, detalha Coutinho.

Todas essas mudanças climáticas atrapalham todo processo produtivo: “Em anos assim não tem jeito, o frio estica. Então está indicando uma primavera que pode ser problemática em termos de umidade e talvez também em termos de frio. Ela pode ter um período curto de duas ou três semanas com muita umidade atrapalhar e depois dar uma secada. Frio na hora errada, que pode atrapalhar o trabalho da abelha e o pessoal do caroço entre a segunda parte de julho até a primeira parte de setembro, vai ter que ter tudo em dia o combate a geada que com certeza vai ser um problema. Os cereais de inverno escalonar é a única defesa possível. Na safra de verão talvez atrasar um pouquinho o plantio aqui no Sul em função da falta de temperatura. É um ano complicado. As hortas comerciais, a fruticultura tropical, essas também correm risco entre junho, julho, agosto, banana, maracujá, mamão, goiaba, abacaxi, toda a região central, principalmente Sudeste corre risco “, detalha Coutinho.

 

QUANDO A LA NIÑA VAI EMBORA?

E por enquanto, tudo indica que a La Niña ainda vai permanecer pelo menos até o ano que vem: “Por enquanto tem está indicando que a La Niña que começou lá em 2019, 2020 vai esticar até o início de 2023. Então boa parte da safra de 2022/23 vai estar sob condição de La Niña que é chuva irregular e frio tardio. Esse é o principal problema que a gente vai enfrentar. Calor e frio mais acentuado que o normal, períodos mais longos sem chuva e períodos curtos em que a chuva também incomoda. Tanto pode perder por excesso e falta de chuva e geada na hora errada”, finaliza Coutinho.

 

(Débora Damasceno/Sou Agro)

(Débora Damasceno/Sou Agro)

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