Crise dos fertilizantes aquece mercado do pó de rocha
#souagro| O uso de pó de rocha tem se tornado cada vez mais frequente nas propriedades brasileiras, mas nos últimos tempos a procura pelo produto teve um crescimento ainda maior. Essa busca é reflexo de vários fatores que influenciam os produtores a buscarem alternativas mais econômicas e rentáveis para melhorar o solo, por isso, o pó de rocha vem se tornado mais popular.
O pó de rocha é um remineralizador, ou seja, ele ajuda na recomposição dos minerais, melhorando as condições do solo com custo mais baixo. A rochagem é rica em micro e macro nutrientes que misturados ao solo alteram os índices de fertilidade das áreas onde é utilizado. Para explicar de uma maneira bem simples, os pós de rocha são de fato o que o próprio nome diz, é pó retirado das pedras. A diferença é que cada região brasileira tem rochas com suas próprias características. Basicamente essas pedras são moídas e se transformam em um pó fino, e esse pó é cheio de nutrientes que auxiliam uma melhora na qualidade do solo onde é aplicado.
As empresas especializadas neste produto já percebem esse grande aumento na procura pelos pós de rocha e de fato, os especialistas afirmam que o remineralizador é uma ótima alternativa para ajudar no dia a dia do produtor rural.
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Antônio Nogueira Bizão é Consultor de Remineralização de solos da Agrobizão e segundo ele o mercado está bem aquecido: “Do ano passado pra cá, as vendas tem aumentado bastante, em função do aumento de preço do fertilizante químico, mas em função também dos benefícios primários e secundários que o produto consegue atingir e realmente remineralizar o solo. O principal benefício do produto é você conseguir criar cargas no solo, ou seja, você aumentar o CTC do solo. Dessa forma, você consegue aumentar a performance do seu fertilizante. Em muitos casos a gente consegue reduzir a fertilização química em até 80%. A grande vantagem do reminelizador de solo do pó de rocha é a vantagem dele ter um custo muito baixo, porque você não exige uma grande indústria, não exige um frete muito grande que vem da Rússia por exemplo, que anda 4, 5 mil quilômetros é produto que ele vai andar da propriedade produtora, da mineradora até o produtor final, em torno de 250 a 300 quilômetros. Com isso, ele consegue ter um produto de excelente qualidade muito perto do material de origem da região que ele que ele produz”, detalha Antônio.
Com o aumento da procura dos pós de rocha, cresce também a profissionalização de vendas do produto: “Hoje em dia as empresas estão se profissionalizando bastante. Por exemplo, a gente tem até empresas que têm blends de quatro pós de rochas diferentes. Então, o mercado tá crescendo, ele tá ficando um mercado extremamente profissional e a gente está aqui pra mostrar pra vocês os melhores produtos em cada um dos estados que a gente atende. Hoje o estado de Goiás é pioneiro na utilização dos remineralizadores de solo ou pó de rocha, hoje a gente tem uma experiência muito boa no estado de São Paulo. A gente tem produto desde o norte do estado até o o Sul. Rio Grande do Sul, Paraná, a gente já tem bastante produtos registrados, produtos excelentes, produtos com elevado cálcio magnésio, tem produtos com até bastante potássio. Então, está uma região muito boa também, tanto Rio Grande do Sul, a gente esteve há dois meses atrás em Porto União, em Santa Catarina, um estado que ele é pioneiro na produção desses produtos. Então, a remineralização a gente está dizendo hoje que ela está revolucionando o país inteiro”, finaliza Antônio.
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Mas o processo para produção de um pó de rocha exige muita atenção para que o resultado seja de qualidade e traga bons resultados aos produtores rurais: “A gente precisa, primeira coisa é analisar todo toda a rocha, não é qualquer rocha que pode ser usada como pó de rocha na agricultura. Depois de analisar e ela ser uma rocha viável, a gente tem que ver as granulometrias. Aqui nós temos uma granulometria que é um pedrisco que só serve pra construção civil e nós temos que vir afinando ela, passando pelo processo de moagem até chegar numa granulometria bastante fina, que é 100% passante em três milímetros. Quando a gente chega nessa granulometria, o pó de rocha é acessível para as plantas, a planta consegue absorver esse produto de acordo com a granulometria”, explica Cristiano Silvestre, Gerente Comercial Calcário Cruzeiro.
“A gente já vem comercializando isso aqui desde 2007, mas que o comércio começou a vir mais forte faz dois anos e agora com essa crise do fertilizante químico, de preço, agora com essa guerra, acelerou o processo e muito. A procura está muito grande, o momento é bem favorável pra quem quer usar o e fazer experiência. Nossa mina tem uma reserva lá para aproximadamente mais 80 anos de extração”, finaliza Cristiano.
(Débora Damasceno com Sirlei Benetti/Sou Agro)