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“Nós vamos viver um ano de custos altos”, diz presidente do Sindiavipar

Débora Damasceno
Débora Damasceno
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#souagro| O assunto hoje é avicultura, com os aumentos sucessivos dos custos em muitos setores nos últimos meses, isso impacta diretamente o produtor rural e não é diferente para o avicultor. Uma das questões levantadas é em relação ao preço do gás, já que tem produtores paranaenses que utilizam do produto nos aviários.

Mas segundo o presidente do Sindiavipar (Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado do Paraná), Irineo da Costa Rodrigues poucas propriedades utilizam este método: “O estado do Paraná se caracteriza por uma avicultura moderna, onde os criadores de frangos não são grandes conglomerados. Então eles tem toda essa questão do aquecimento que via de regra não é por gás. Isso é feito com fornos que são alimentados com eucalipto, com madeira renovável. Então acredito que poucos são dependentes do gás. Por isso, não está afetando”, detalha Irineo.

ALTO CUSTO DA ENERGIA ELÉTRICA

Em contrapartida, a energia elétrica é uma das questões que mais preocupa o setor, segundo o presidente do Sindiavipar: “A energia elétrica sim, essa é um custo elevado por aqueles que não estão sobre o abrigo da taxa de energia elétrica noturna subsidiada”, diz Irineo.

“Sem dúvida avicultura está muito impactada pelo aumento de custos. Mas o produtor, o criador de frango ele é de certa forma blindado pelas empresas integradoras, porque ela que fornece os insumos, fornece o pintainho e também os demais insumos pra engorda dos frangos. Então o impacto maior para o produtor é sem dúvida a questão da energia, seja energia para aquecimento que é via fornos com lenha, alguns casos pode ser gás e a energia elétrica”, complementa o presidente.

 

Além da energia elétrica existe também o processo todo de integração da avicultura que envolve as empresas que fazem ração: “E é preciso de milho, de farelo de soja e também de outros insumos que são cotados em dólar, está realmente com custo muito elevado. Agora nós estamos com a cotação do dólar declinando um pouco o preço do milho, do farelo de soja, mas toda produção que nós temos hoje no campo, aquela que está sendo formada e devido aos estoques desses insumos que sempre precisa ter, estão formados com custo alto. Então nós vamos viver sim um ano de custos altos”, detalha Irineo.

ALTO CUSTO DA LOGÍSTICA

O aumento de tudo que envolve logística também gera preocupação, afinal nos últimos meses os custos de frete praticamente triplicaram: “A logística encareceu muito, seja terrestre para levar o produto no mercado interno até os portos, como a logística de levar contêineres para o mercado externo. O frete do contêiner ele triplicou de preço nos últimos anos, começou com a pandemia onde custava 1,7 mil dólares um contêiner para ir, por exemplo, para Ásia e chegou até 6,8 mil dólares, então aumentou mais de três vezes. O petróleo também, então tudo isso tem encarecido e por isso, que essa atividade já do ano passado está operando com prejuízo e continua este ano”, explica Irineo.

 

EXPECTATIVAS DE FUTURO

Com os altos custos de produção, há preocupação com aumento nos preços da carne de frango, mas segundo Irineo, a situação de reajuste não deve ser tão drástica: “Eu diria que esse custo já esteve no auge, até porque muitas empresas reduziram o ritmo de alojamento e portanto de abate, isso já teve uma compensação no preço. Acreditamos que daqui pra frente não precisaria haver uma elevação de preços para atividade encontrar o ponto de equilíbrio. A atividade de frango ela se está para dizer que ela se superou em função de que um dólar mais alto que tínhamos até uma semana atrás isso fez com que nas exportações nós recebêssemos mais reais pelo frango. Então esse que foi o diferencial”, finaliza o presidente Irineo.

 

(Débora Damasceno/ Sou Agro) Foto: AEN

 

(Débora Damasceno/Sou Agro)

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