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Fertilizantes: veja qual a posição do Paraná no ranking de importação

Vandre Dubiela
Vandre Dubiela
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Ranking de importação: os conflitos no Leste Europeu deixaram ainda mais visível a dependência do Brasil de fertilizantes estrangeiros. Com o desenrolar dos ataques russos à Ucrânia, muitos países impuseram sanções econômicas à Rússia, o que deixou a importação destes insumos na corda-bamba. Isso porque a agricultura brasileira utiliza 85% comprados do exterior, sendo que o país comandado por Vladimir Putin é responsável por 28% dos negócios.

O Paraná recebe uma fatia significativa dos insumos NPK (nitrogênio, fósforo e potássio) do exterior, sendo o terceiro Estado que mais importa adubos e fertilizantes de outros países. Em 2021, cerca de 3,5 milhões de toneladas chegaram às lavouras paranaenses. A China e a Rússia foram as maiores fornecedoras de nitrogênio, com 32,7% e 22,5%, respectivamente. Já o potássio, 29,6% provêm do Canadá, 25,4% da Bielorússia e 21,3% da Rússia; e o fósforo, 45,3% da China e 29,1% do Egito.

“Com as sanções impostas pelo Ocidente à Rússia, a oferta de fertilizantes pode ser comprometida no Estado. A China é um exportador que merece atenção, visto que sua política protecionista segura matérias-primas no mercado interno, principalmente gás natural e petróleo, encarecendo os fertilizantes nitrogenados. A Bielorrússia é um aliado histórico da Rússia e sofre as mesmas sanções do Ocidente, o que compromete a importação de potássio”, destaca Bruno Vizioli, técnico do Departamento Técnico e Econômico (DTE) do Sistema FAEP/SENAR-PR.

Diante deste cenário delicado, agricultores já se preocupam com a possibilidade de faltar fertilizantes no mercado. Segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), o estoque brasileiro é suficiente para o plantio até outubro, quando começa a safra de verão. Enquanto isso, o órgão tem se mobilizado para tentar garantir o suprimento ao setor. Uma das alternativas seria o estabelecimento de novos fornecedores e aumento das importações de potássio do Canadá, que detém 33% da produção mundial.

 

 

Para Maísa Romanello, especialista de mercado da consultoria Safras & Mercado, como a demanda brasileira para a próxima safra não coincide com a dos países do Hemisfério Norte, isso aumenta as chances da disponibilidade de potássio. “A questão mesmo é o preço, já que agora existe um monopólio por parte do Canadá”, elenca. “O potássio é importante para todas as culturas agrícolas. É um nutriente que não fica armazenado no solo, sofre lixiviação [perda de nutriente no solo] e precisa ser colocado em maiores quantidades para ter os índices de produtividade esperados”, acrescenta Maísa.

Na avaliação de César Castro, especialista em commodities da Consultoria Agro do Itaú BBA, ainda que seja uma solução parcial, é improvável que o Canadá consiga suprir a demanda mundial de potássio e compensar a saída da Rússia e da Bielorússia do mercado. Ainda, Castro não descarta a possibilidade de faltar fertilizantes para a safra de verão.

“Mesmo que a guerra termine, aparentemente as sanções seguirão. Claro que alimentos, commodities, energia e fertilizantes têm ficado de fora das sanções, mas existem várias dificuldades de operacionalizar isso, como sistemas de pagamentos e relações de confiança entre compradores e vendedores, que ficaram abaladas. Ainda há uma série de incertezas. No entanto, qualquer problema vai refletir somente em 2023”, analisa Castro.

(Bruna Fiori/FAEP)

(Vandre Dubiela/Sou Agro)

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