Suinocultura sob ameaça de desabastecimento de grãos

Vandre Dubiela
Vandre Dubiela

 

#souagro | O suinocultor paranaense começou 2022 coçando a cabeça de preocupação. Tudo porque existe uma temeridade quanto à ameaça de desabastecimento de grãos na suinocultura, essenciais para a alimentação dos animais, ou seja, a soja e o milho. Os fatores são as quebras nas safras ocasionadas pela mais severa estiagem já registrada no Paraná nos últimos 100 anos. Quem declara essa realidade é o presidente da APS (Associação Paranaense dos Suinocultores), Jacir Dariva. “O desabastecimento é uma realidade a ser enfrentada pelo setor, pelo menos no primeiro semestre deste ano”.

Para Dariva, esse cenário de vai provocar uma alta ainda maior em relação ao farelo de soja e milho. Além disso, os preços dos suínos pago ao produtor ficarão estabilizados. “A esperança está depositada no Mato Grosso, para que plante bem e obtenha bons índices de produtividade, com resultados expressivos na safrinha, fazendo com que o suinocultor, a partir do segundo semestre, passe a ter lucratividade em sua atividade”.

 

 

Boi pelo suíno

O custo elevado da carne vermelha em 2021, atribuído a uma série de fatores, entre os quais o embargo chinês, levou o consumidor trocar o boi pelo porco. Tanto que, de 15 quilos per capita ao ano, em 2021, esse índice de consumo saltou para 17,5 quilos per capita. Um salto considerável. Em contrapartida, o setor sente na pele os reflexos provocados pelo alto custo de produção. A análise é do presidente da APS (Associação Paranaense dos Suinocultores), Jacir Dariva, em entrevista concedida ao Portal Sou Agro.

“Em 2020, tivemos um ano complicado. Para 2021, a perspectiva era de que teríamos um ano excepcional para a suinocultura. Por coincidência, tivemos o ano com a maior exportação de carne suína da história e um aumento expressivo do consumo interno”, comenta Dariva. De janeiro a novembro, o volume embarcado, de 1,03 milhão de toneladas, já é recorde para um ano completo e supera em 2,1% as vendas externas de todo 2020 (que foi de 1,01 milhão de toneladas), segundo dados do Secex. Em receita, de janeiro a novembro de 2021, o faturamento em real foi 11,3% maior ante 2020, somando R$ 13,05 bilhões.

 

 

Segundo Dariva, ocorreram duas variantes na suinocultura: o aumento da exportação e do consumo interno e também o custo de produção, impactando negativamente na cadeia de setor. “A alta dos custos de produção levou muitos suinocultores a arcar com prejuízos ano passado”. E essa realizada, conforme Dariva, não é exclusivamente dos produtores independentes, mas também das agroindústrias e cooperativas. “Todos estão sofrendo”.

(Vandré Dubiela/Sou Agro)

(Vandre Dubiela/Sou Agro)

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