Replantio e estado de emergência

Setor se mobiliza para replantio de soja e estado de emergência

Vandre Dubiela
Vandre Dubiela
Replantio e estado de emergência

 

#souagro | Replantio e estado de emergência: só quem levanta cedo para o batente sabe a frustração de ver todo o seu trabalho comprometido. Eu estou falando do momento vivido pelos produtores de grãos de todo o Paraná, em especial da região oeste. As intempéries climáticas não pouparam a agricultura neste ano, seja por conta das baixas temperaturas registradas na metade do ano, com fortes geadas e agora, neste período de seca extrema, perto de completar dois meses em boa parte dos municípios.

Como medida de emergência, sindicatos rurais do oeste paranaense se unem para reivindicar junto à Câmara Técnica de Grãos da FAEP (Federação da Agricultura do Estado do Paraná) e o Governo do Paraná, a flexibilização quando à possibilidade de replantio da soja e também a instauração de estado de emergência nos municípios mais críticos. “Iniciamos um debate com os produtores rurais em Palotina sobre a possibilidade de replantio de áreas cultivadas com soja severamente afetadas pela seca. Seria soja sobre soja. Também, nessa reunião, ventilamos a possiblidade de acionar os governos municipais para a deflagram estado de emergência, uma situação necessária para dilatar o prazo de pagamento dos financiamentos da safra contraídas junto às instituições bancárias, mas para isso, é preciso superar várias etapas”, comenta o vice-presidente do Sindicato Rural de Palotina, Edmilson Zabotti.

Em Palotina, por exemplo, a última chuva robusta ocorreu no fim de outubro. Desde então, boa parte das lavouras já apresentam quebra de safra. Essa situação não reflete diretamente no campo, mas em toda a cadeia produtiva e inclusive no dia a dia da população, principalmente no comércio. “A atmosfera é de frustração geral no município por conta desse cenário”, analisa Zabotti.

A estiagem é mais intensa na microrregião de Palotina, envolvendo Maripá, Francisco Alves, Assis Chateaubriand e Nova Santa Rosa. “Se chover nos próximos dias, teremos áreas que vão conseguir colher 60 sacas por alqueire. Entretanto, em grande parte, a safra já está condenada”. Por enquanto, a mobilização dos sindicatos regionais envolve Palotina, Toledo, Marechal Cândido Rondon e Cascavel e deve ganhar força na próxima semana.

Sobre o replantio, a intenção é dizimar toda a área da soja já comprometida e fazer um novo replantio. Nesta fase da cultura, é a primeira vez que isso vai ocorrer no Paraná, caso haja a sinalização positiva por parte do Governo do Estado e demais órgãos responsáveis. O obstáculo, no caso, é a legislação vigente.

Os produtores de proteína animal precisa do milho e do farelo de soja para atender a carência nutricional diária dos animais. Outro agravante envolve os produtores com contratos futuros de soja. A entrega seria em março, mas a intenção é negociar com as empresas a dilatação desse prazo, caso o replantio da soja seja concretizado. O problema principal são as chuvas mal distribuídas sobre o Paraná, criando um paradoxo climático de região para região.

(Vandré Dubiela/Sou Agro)

 

(Vandre Dubiela/Sou Agro)

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