Oeste paranaense tem grande potencial no mercado de carbono
#souagro| O mercado de carbono é assunto em alta há alguns meses. Este é um setor com grande potencial de crescimento e de oportunidades para o Brasil. Para o agronegócio o setor pode ser muito bem aproveitado. Para detalhar este assunto, ouvimos Rafael González que é o diretor presidente do Centro Internacional de Energias Renováveis, CIBiogás.
VEJA O VÍDEO:
Mercado de carbono: como o Brasil se destaca no setor?
O MERCADO
Segundo Rafael, o mercado de carbono tem muitas oportunidades de crescimento em todo Brasil: “A gente já sabe que as cadeias produtivas especialmente da pecuária, ligadas a produção de proteína animal tem uma oportunidade imensa nesse mercado, porque essas cadeias produtivas elas geram hoje resíduos, né? Esses resíduos podem ser transformados em um ativo econômico, um ativo energético quando a gente produz o biogás, quando confina esses resíduos em um biodigestor e pode produzir biogás. Isso faz com que os as emissões de gases de efeito estufa e especialmente as emissões de metano sejam reduzidas e utilizadas de uma forma mais inteligente”, explica Rafael.
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MERCADO VOLUNTÁRIO
Alguns estudos mundiais encomendados por alguns órgãos do Brasil indicam que o Brasil tem capacidade de representar até 37% do mercado voluntário de emissões de carbono ou de créditos de carbono: “Esse mercado voluntário é basicamente uma declaração das empresas, dos governos, dos municípios em aderir a esse movimento mundial de redução de emissões e isso permite com que esses créditos gerados por uma atividade sustentável ou que tenha capacidade medida, né? Importante destacar isso, é uma capacidade que precisa ser medida e até auditada sobre o aspecto de quanto de redução de emissão de gases que essa cadeia produtiva pode conseguir fazer, e nesse sentido a cada uma tonelada de redução de emissão de carbono equivalente, a gente tem condição de gerar um crédito e esse crédito pode ser comercializado. Existem várias maneiras de se fazer isso: O próprio mercado voluntário e há uma tendência muito grande para se desenvolver cada vez mais o mercado regulado, né? Hoje a gente tem legislações que estão sendo estruturadas para isso, propostas de lei no próprio Congresso Nacional pra poder construir esse mercado cada vez mais efetivo no nosso país”, detalha Rafael.
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CRIANDO OPORTUNIDADES
As oportunidades no mercado não são limitadas, por isso o mercado tem tanto potencial de crescimento no Brasil: “Não é só o biogás ou somente o uso de biodigestores que pode criar essa oportunidade. A gente está enxergando novas tecnologias de integração lavoura pecuária floresta, fazendo uma fixação maior do carbono no solo, qualquer ação assim também cria oportunidade para que a gente possa reduzir as emissões e claro reduzir os efeitos em nossas mudanças climáticas que todos nós já estamos sofrendo impactos dessa situação. As estimativas desses documentos mundiais dizem que esse mercado está em torno de US$ 100 bilhões nos próximos dez anos. Até 2030 alguns dizem até 2050 também se deseja reduzir e muito as emissões de gases de efeito estufa de maneira geral”, explica Rafael.
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POTENCIAL DO OESTE PARANAENSE
Para Rafael, a região oeste do Paraná tem tudo para se destacar no mercado de carbono: “ A COP26 trouxe um acordo de redução do impacto, de redução de emissões de metano especificamente, não só de outros gases, mas também do próprio metano em 30% e a gente entende que esse movimento que está ocorrendo deixa uma grande oportunidade pro mercado brasileiro de proteína animal especialmente”, diz Rafael.
“A gente enxerga então uma capacidade muito grande de alavancar novos negócios com essa visão de crescimento desse mercado de carbono no país, já que você tem uma capacidade de utilizar nossa estrutura de produção que a gente já tem hoje acontecendo na região oeste do Praná. A gente tem hoje municípios da região oeste que possuem 5 mil habitantes e tem 200 mil suínos por exemplo. Então toda essa possibilidade de qualquer ação economicamente viável, mas também sustentável do ponto de vista de redução poder ser valorada numa visão comercial de crédito de carbono”, finaliza Rafael.
(Débora Damasceno/ Sou Agro)