Companhia de Desenvolvimento Agrícola aperta o cerco com ações contra o greening
A Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc) alerta os produtores, em especial, do Extremo-Oeste catarinense, para...

A Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc) alerta os produtores, em especial, do Extremo-Oeste catarinense, para ações contra o greening, também chamado de huanglongbing (HLB).
A companhia realizará uma ação de educação sanitária, com inspeções em plantas cítricas na área urbana, em um raio de 4 km do foco, no bairro São Luiz, em São Miguel do Oeste, para inspecionar plantas com suspeitas da doença dos citros.
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Segundo o engenheiro-agrônomo do Departamento Regional da Cidasc de São Miguel do Oeste, Fábio Trevizol “com a detecção da praga é necessário eliminar as plantas doentes e adotar medidas técnicas e comportamentais, como eliminar plantas de citros com sintomas de greening, e monitorar o psilídeo com armadilha adesiva, entre outras ações. É importante que os moradores e produtores rurais contribuam com o trabalho de erradicação e informem à Cidasc sobre possíveis focos da praga”, frisa Trevizol.

O engenheiro-agrônomo e gestor do Departamento Estadual de Defesa Vegetal (Dedev), Alexandre Mees, explica que “o greening já foi registrado em alguns municípios do Estado e representa um sério risco para a citricultura e se não for controlado pode comprometer toda a produção de citrus no estado. Ele é causado por uma bactéria e transmitido pelo psilídeo Diaphorina citri. Para evitar a transmissão o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) exige que nos municípios onde há a ocorrência da praga todos os produtores de citros façam as inspeções frequentes em seu pomar”, comenta Mees.
A doença de huanglongbing (HLB), também conhecida como greening dos citros, pode trazer grandes prejuízos à citricultura, provocando má formação dos frutos e em alguns casos morte precoce das plantas. Provocada pela bactéria Candidatus liberibacter asiaticus, a doença atinge todas as espécies cítricas (laranja, limão, bergamota, entre outras) e tem como vetor o inseto psilídeo-asiático-dos-citros (Diaphorina citri), que dissemina a bactéria entre as plantas.


Foto: Departamento Estadual de Defesa Vegetal (Dedev) da Cidasc

A principal fonte de introdução da doença é por meio da introdução de mudas contaminadas de estados com ocorrência da praga, obtidas no comércio clandestino. A aquisição de mudas deve ser realizada em estabelecimentos registrados no Registro Nacional de Sementes e Mudas (Renasem) e no Registro Estadual de Comerciantes de Sementes e Mudas (Recsem/Cidasc).
Por isso, é importante exigir e verificar se o estabelecimento possui o registro junto à Cidasc, lembrando que a documentação deve estar exposta para fácil visualização de quem vai adquirir a muda.

Trevizol alerta que “a doença prejudica o desenvolvimento das plantas e formação dos frutos, mas não afeta a saúde humana. Como não há tratamento para as árvores infectadas é necessário agir rapidamente para conter a dispersão da praga”, reforça. Segundo o profissional, entre os sinais de que os citros estão contaminados pelo greening estão: ramos em que as folhas têm mistura de tons de verde-claro e escuro, sem delimitação definida; folhas com aspecto opaco e nervura central mais grossa; frutos mal formados, sementes abortadas (falhadas) com albedo (parte branca) mais espesso e com sabor alterado.

Como medidas contra o greening, a Cidasc recomenda:
- plantar mudas de qualidade, adquiridas de viveiros e comerciantes regulares e registrados;
- nunca comprar mudas de vendedores ambulantes;
- inspecionar o pomar com frequência, sendo o ideal realizar seis inspeções por ano, principalmente de fevereiro a agosto, quando os sintomas da HBL são mais visíveis.
Para os produtores de citros dos municípios com ocorrência do HLB e municípios limítrofes, algumas regras complementares devem ser seguidas:
- eliminar plantas com sintomas de HLB;
- apresentar à Cidasc dois relatórios anuais (15/01 e 15/07) referente às inspeções;
- monitorar o inseto vetor da doença, com uso de armadilhas amarelas feitas com cartões adesivos, colocados no terço superior da copa das árvores;
- realizar o controle do vetor.
Os município com focos identificados no Estado são:
- Abelardo Luz;
- Guaraciaba;
- Ipuaçu;
- São José do Cedro;
- São Lourenço do Oeste;
- São Miguel do Oeste;
- Xanxerê.
O Departamento Estadual de Defesa Vegetal (Dedev) e as equipes técnicas da Cidasc nas regionais podem auxiliar o produtor sobre como proceder. A parceria com os produtores é essencial para a manutenção do status sanitário e controle desta e de outras doenças.
Cabe ressaltar que estes casos de greening foram registrados na região do Extremo-Oeste do Estado, distante do principal polo produtor de mudas de citros em Santa Catarina, localizado no Alto Vale do Itajaí. Desde 2013, a produção de mudas cítricas no Estado é realizada exclusivamente em ambiente protegido, impedindo a entrada do inseto vetor nos viveiros.
Serviço – Presença do greening dos citros
Em caso de dúvidas sobre a presença do greening dos citros na sua propriedade, os produtores devem entrar em contato com a Cidasc da sua região ou através do telefone WhatsApp: (48) 3665.7300.
(Por Alessandra Carvalo, Cidasc)