Agricultores vão às ruas de Bruxelas e começam novo protesto

Fernanda Toigo

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Foto: JOHN THYS/AFP

Agricultores encheram Bruxelas de tratores em um protesto que ocorreu nesta segunda-feira (26), onde atearam fogo a pilhas de pneus para exigir ação da União Europeia (UE) em várias questões, desde os preços baixos nos supermercados até os acordos de livre comércio. A manifestação aconteceu enquanto os ministros da Agricultura do bloco se reuniam para discutir a crise no setor.

A polícia de choque teve que intervir disparando canhões de água para apagar as chamas. Mais de 100 tratores foram estacionados próximos à sede das instituições da UE, bloqueando partes de Bruxelas, em uma área próxima onde os ministros estavam reunidos.

Agricultores de toda a Europa têm protestado nas últimas semanas, exigindo ação dos legisladores em relação a uma série de pressões que afetam o setor, desde preços baixos nos supermercados até importações de baixo custo que prejudicam os produtores locais, além das rigorosas regras ambientais da UE.

As reclamações locais são variadas. Morgan Ody, coordenadora-geral da organização agrícola Via Campesina, enfatizou que, para a maioria dos agricultores, a questão central é a renda. “É uma questão de renda. Trata-se do fato de sermos pobres e querermos ter uma vida decente”, disse Ody à Reuters.

Ody, uma agricultora da Bretanha, na França, pediu à UE que estabeleça preços mínimos de apoio e saia dos acordos de livre comércio que permitem a importação de produtos estrangeiros mais baratos. “Não somos contra as políticas climáticas. Mas sabemos que, para fazer a transição, precisamos de preços mais altos para os produtos, porque é mais caro produzir de forma ecológica”, acrescentou.

Os ministros da Agricultura estavam preparados para debater um novo conjunto de propostas da UE para aliviar a pressão sobre os agricultores, incluindo a redução nas inspeções agrícolas e a possibilidade de isentar as pequenas fazendas de alguns padrões ambientais.

Respondendo aos protestos dos agricultores, a UE já enfraqueceu algumas partes de suas principais políticas ambientais do Acordo Verde, eliminando a meta de redução das emissões agrícolas de seu roteiro climático para 2040. Também retirou uma lei que restringia o uso de pesticidas e adiou uma meta para que os agricultores deixem algumas terras em repouso para melhorar a biodiversidade.

As exigências dos agricultores incluem o fim dos acordos de livre comércio, que, segundo eles, levaram a importações mais baratas de países onde os produtores enfrentam padrões ambientais menos rigorosos do que os da UE. Um palco montado no local do protesto nesta segunda-feira foi coberto com um cartaz que dizia “Pare o UE-Mercosul”, em referência às negociações para concluir um acordo comercial com o bloco sul-americano.

(Com informações da Agência Brasil)

Autor: Fernanda Toigo

Fernanda Toigo

Fernanda Toigo. Jornalista desde 2003, formada pela Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas de Cascavel. Iniciou sua carreira em veículos de comunicação impressos. Atuou na Assessoria de Comunicação para empresas e eventos, além de ter sido professora de Jornalismo Especializado na Fasul, em Toledo-PR. Em 2010 iniciou carreira no telejornalismo, e segue em atuação. Desde 2023 integra a equipe de Jornalismo do Portal Sou Agro. Possui forte relação com o Jornalismo especializado, com ênfase no setor do Agronegócio.

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