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Evento aborda qualidade do solo como melhoria de gestão das propriedades

Redação Sou Agro
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Primeiro dia de programação técnica no estande institucional da Embrapa na 34ª Abertura Oficial da Colheita do Arroz e Grãos em Terras Baixas foi dedicado à qualidade do solo. Três especialistas da área da Ciência do Solo trouxeram contribuições de estudos que vieram atender uma das questões que permeia a temática desta edição em potencializar safras, quando se resolvem problemas de degradação. O painel foi moderado pela pesquisadora Maria Laura Turino Mattos. O programa da manhã foi transmitido ao vivo pelo canal Terra Sul no Youtube, podendo ser assistido a qualquer momento pelos interessados.

A primeira fala Manejo e qualidade física do solo em terras baixas foi centrada nos aspectos da física dos solos pelo pesquisador Adilson Bamberg, da Embrapa Clima Temperado, o qual discorreu sobre os atributos para se ter uma terra de qualidade. Ele deu um panorama dos solos, destacou a importância de realizar sistemas conservacionistas e preservar as condições físicas, voltado sempre para as condições em terras baixas. Destacou dentro de sua palestra que 50% do solo em terras baixas estão sendo preparados com solos revolvidos. E que um desafio para o produtor é reduzir essa mobilização do solo que traz inúmeros prejuízos, especialmente se for utilizado o preparo convencional. O sistema de plantio direto, segundo ele,  atende a demanda de dar a qualidade que o solo precisa pelo fato de preservar a microbiologia, incluindo a isso, outras práticas de manejo associadas que irão corrigir a acidez do solo, estabelecer eficiência para o uso de rotação e sucessão de culturas e muitos outros benefícios aos sistemas conservacionistas. “As terras baixas têm cerca de menos 0,6% de matéria orgânica nos solos”, falou. Este dado mostrou o quanto é importante o produtor investir na qualidade do solo para melhorar a gestão da sua propriedade rural.

A segunda fala do painel Bases para construção da qualidade do solo ficou por conta da pesquisadora Vanderlise Giongo, da Embrapa Trigo, que apresentou as funções do solo, o olhar como um sistema vivo e como se apresentam os sistemas agrícolas multifuncionais, chamando a atenção para como subsistemas (mineral, plantas, clima, organismo, homem, cultura, econômico e outros). “É preciso deixar claro que quando se fala em qualidade do solo sempre se falará em saúde do sistema solo, que tem a capacidade de funcionar como um ecossistema vivo vital para sustentar as plantas”, disse. Conforme Giongo o desafio também está na proposição de estabelecer sistemas agrícolas multifuncionais produtivos, resilientes e sustentáveis e portanto, saudáveis. Ela foi enfática  em sua palestra ao dizer que quando se fazem práticas para ter qualidade da terra, se usa alta tecnologia, e isso, para o produtor é um fator de muito valia.

A fala Bioanálise: nova técnica para avaliar a saúde do solo,  finalizou o painel com a presença da pesquisadora Ieda de Carvalho Mendes, da Embrapa Cerrados, que mostrou o que é a tecnica de Bioanálise do Solo, o BioAs. Pois até 2020 somente se realizavam análises físicas e químicas, e os estudos demonstraram que existe a matéria orgânica, que deve ser considerada como um fator relevante na composição da saúde do solo. Então, a técnica de bioanálise foi considerada uma espécie de “exame de sangue do solo” e com isso criou-se a possibilidade de verificar o que está faltando nele. A técnica foi aprimorada, incluindo não somente as duas principais enzimas – B-glicosidade e sulfatase – mas outras enzimas que buscaram ciclar, armazenar e suprir nutrientes no solo e isso foi comprovado em experimentos como por exemplo uma lavoura de soja que se tinha dados químicos iguais, mas a biologia do solo entre duas lavouras era completamente diferente, e consequentemente, a sua produtividade. “A área experimental que fizemos na região dos Cerrados demonstrou que um solo de baixa qualidade biológica resultou em 29 sacos de soja por hectare, enquanto que a lavoura comparativa de alta qualidade biológica do solo, resultou em 59 sacos de soja por hectare, ou seja, 30 sacos a mais de produção. O resultado de 29 sacas está acima da média de produção no País, mas o fator da alta presença da qualidade biológica no segundo experimento nos mostra que é possível que uma lavoura expresse muito mais produtividade, quando a terra é mais rico biologicamente, isso quer dizer, que nem sempre uma boa produtividade terá um solo saudável, mas isso, implica dizer, que uma terra saudável será sempre produtivo”, considerou.

Ieda Mendes divulgou que a tecnologia BioAs da Embrapa possui adaptações para as diferentes regiões do País, e que agora, o estudo está sendo expandido para monitorar a saúde do solo nos principais municípios destas áreas.

(Por Embrapa)

(Redação Sou Agro/Sou Agro)

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