Agromanta colocada em muda de árvore - Foto: Magda Benavides

Embrapa e empresa privada vão desenvolver mantas de lã de ovelha para fruticultura

Sirlei Benetti
Sirlei Benetti
Agromanta colocada em muda de árvore - Foto: Magda Benavides

A Embrapa Pecuária Sul e a Cimabra – Indústria e Comércio de Manufaturados de Fibras assinam um convênio para o desenvolvimento de agromantas a partir de lã de ovelha no último dia 13, na solenidade de abertura oficial da 16ª Agrovino de Bagé (RS). O produto que vai ser desenvolvido a partir dessa parceria prevê a utilização de lã ovina de finura grossa para a produção de um insumo para ser empregado na proteção de mudas de árvores frutíferas.

Com previsão de duração de três anos, no projeto serão realizados diferentes ensaios com o produto, desde o desenvolvimento de protótipos até testes em campo.

Segundo a pesquisadora Magda Benavides, da Embrapa Pecuária Sul,a perspectiva é que as agromantas possam ser um importante insumo para o desenvolvimento de árvores frutíferas, podendo trazer ganhos em produtividade, sustentabilidade e diminuição de custos na atividade, além de dar uma destinação para tipos de lã de ovelha que atualmente não têm demanda no mercado.

O projeto conta com a participação de pesquisadores da Embrapa Clima Temperado e da Embrapa Uva e Vinho.

Agromanta colocada em muda de árvore – Foto: Magda Benavides

De acordo com Magda Benavides, espera-se que o uso dessas agromantas tragam ganhos para a fruticultura. Entre elas, a pesquisadora destaca a capacidade da lã de ovelha de absorção da água da chuva com liberação lenta para as mudas das árvores no solo. As agromantas também podem ser utilizadas para o bloqueio da luz solar no entorno da muda, mantendo a umidade e inibindo o desenvolvimento de plantas indesejadas, possibilitando a diminuição no uso de insumos químicos e de mão de obra para a capina. “Além disso, a lã é biodegradável e possui 16% de nitrogênio e 3% de enxofre, podendo servir como fertilizante também”, salientou.

No projeto as agromantas serão testadas inicialmente em mudas de oliveiras e de nogueira-pecã, espécies bastante produzidas no Rio Grande do Sul, mas tem potencial para ser utilizada com outras espécies arbóreas e na olericultura.

Por meio do convênio, essas hipóteses vão ser testadas para avaliar a viabilidade de produção, comercialização e uso desse insumo. “A pesquisa vai avaliar se o produto traz mesmo benefícios para o desenvolvimento das árvores, bem como sua viabilidade econômica de sua produção e uso”.

Por outro lado, segundo Benavides, se o produto se mostrar viável pode ser uma opção para os ovinocultores comercializarem a lã de seus rebanhos, aumentando a possibilidade de renda com este produto. “O mercado de lã passa por uma grande crise há muito tempo, o que foi agravado com a pandemia. No caso das lãs mais grossas, que serão utilizadas no projeto, atualmente o preço pago ao produtor não cobre o custo da retirada da lã dos animais”.

Com Embrapa

(Sirlei Benetti/Sou Agro)

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