Impulsionado pelo agro, PIB do Rio Grande do Sul cresce mais que o do Brasil
O PIB do Rio Grande do Sul registrou alta de 2,3% no segundo trimestre de 2023 na comparação com o trimestre anterior. A apresentação do Produto Interno Bruto (PIB) foi feita pelo secretário adjunto da Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão (SPGG), Bruno Silveira.
Os dados indicam um desempenho superior ao registrado no Brasil no mesmo período (cujo aumento foi de 0,9%), puxado pelos números positivos da agropecuária (4,1%) e da indústria (3,3%). Os dois segmentos tiveram resultados acima dos do país (-0,9% e 0,9%, respectivamente) enquanto os serviços, que completa a lista dos grandes setores da economia, registrou números semelhantes aos nacionais (0,4% no RS, 0,6% no país).
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Na comparação com o mesmo trimestre de 2022, a alta no Estado foi de 7,5%, enquanto no Brasil o crescimento chegou a 3,4%. Os resultados referentes ao segundo trimestre do ano foram divulgados pelo Departamento de Economia e Estatística (DEE), vinculado à SPGG.
“O desempenho no segundo trimestre do ano mostra que a economia gaúcha voltou a crescer, superando as adversidades causadas por duas estiagens seguidas. O resultado positivo, acima do obtido pelo país, demonstra a resiliência do Estado e indica que a política econômica do governo está recolocando o Rio Grande do Sul no caminho do desenvolvimento”, avalia a secretária de Planejamento, Governança e Gestão, Danielle Calazans. Ela lembra que o próximo trimestre deverá apresentar um novo desafio, pois será impactado pelos efeitos climáticos adversos que resultaram em prejuízos aos municípios gaúchos.
No acumulado do primeiro semestre de 2023, o PIB do RS cresceu 4,5% em relação ao período de janeiro a junho do ano anterior, com destaque para a expansão na agropecuária (29,8%) e nos serviços (3%). A indústria apresentou retração de 5,9%. No país, na mesma base de comparação, a economia registrou alta de 3,7% nos seis primeiros meses do ano.
“Em geral, os números positivos da economia estadual neste primeiro semestre foram puxados pela recuperação, ainda que parcial, da agropecuária e pelo bom desempenho agregado dos serviços. Embora tenha tido alguma recuperação na margem, no segundo trimestre em relação ao primeiro, a indústria tem apresentado dificuldades ao longo de 2023, notadamente a indústria de transformação”, explicou o chefe da Divisão de Análise Econômica do DEE, Martinho Lazzari.
Comparações
Ainda que tenha sido afetado por nova estiagem no início de 2023, o impacto da falta de chuvas nas lavouras do Estado foi menor do que o registrado em 2022. Com isso, a agropecuária apresentou a maior expansão (44% contra 17% no Brasil) entre os segmentos da economia no segundo trimestre em relação ao mesmo período de 2022. A recuperação na produção de soja (36%) e milho (31,8%) impulsionou a alta nos números.
Na comparação do trimestre com os mesmos meses de 2022, a indústria foi o único entre os grandes segmentos a apresentar queda no PIB no RS (-5% contra +1,5% no país). A queda mais expressiva em termos percentuais foi nas indústrias da área de eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana (-12,6%). No entanto, a principal influência na taxa final do segmento foi a da indústria de transformação, a mais representativa do setor no Estado, com queda de 4,8%.
Entre as principais atividades da indústria de transformação, os maiores pesos negativos vieram dos produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-10,3%); produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos (-20,3%); e das máquinas e equipamentos (-8,8%). Entre as principais altas estão as atividades de produtos químicos (5,1%), bebidas (12,3%) e produtos do fumo (7,1%).
Nos serviços, a variação foi positiva em 2,6% no segundo trimestre, contra 2,3% do país. Os destaques no segmento foram as atividades de intermediação financeira e seguros (9%), serviços de informação (5,6%) e transportes, armazenagem e correio (3,9%). Os números do comércio, com queda de 1,3% em relação a 2022, representaram exceção no segmento.
Entre as atividades comerciais, o segmento de veículos foi o principal destaque do período (25,3%), no qual também apresentaram crescimento as vendas de artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos de perfumaria e cosméticos (8,2%); hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (1,4%); e material de construção (0,1%).
Nas baixas, os maiores impactos vieram das atividades de comércio de outros artigos de uso pessoal e doméstico (-15,2%); combustíveis e lubrificantes (-6,6%); e tecidos, vestuário e calçados (-13,1%).
Quatro trimestres
Nos números acumulados dos últimos quatro trimestres (do 3º tri de 2022 ao 2º tri de 2023), o PIB do RS apresentou alta de 1,5%. No Brasil, o acumulado chegou a 3,2%.
Com Governo do Rio Grande do Sul, por POR VAGNER BENITES/ASCOM SPGG