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Dia Internacional do Café: Brasil se destaca com safra promissora

Emanuely
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#sou agro| No dia 14 de abril, o mundo inteiro faz reverência a um de seus produtos preferidos para consumo: o café. Do cafézinho em um botequim da esquina a um expresso com chantilly em um ambiente sofisticado, o fato é que o café é uma preferência internacional.

A prova é que esse produto movimenta cerca de 95 bilhões de dólares no mercado mundial, perdendo apenas para o petróleo. O Brasil é o maior produtor mundial de café e ocupa cerca de 30% desse mercado.

A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa, a partir de duas de suas unidades – Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia e Embrapa Café, ambas localizadas em Brasília, vem investindo em pesquisas de ponta para auxiliar o melhoramento genético desse produto, com foco em duas linhas principais: qualidade do grão e desenvolvimento de variedades tolerantes à seca.

Em 2004, o Brasil foi pioneiro no mundo a concluir a primeira etapa do genoma do café, que evoluiu em um banco de dados com cerca de 200 mil sequências de genes. Hoje, três anos depois, mais de 30 mil genes já estão identificados, como explica o pesquisador da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, Alan Andrade, que foi um dos responsáveis ​​pela conclusão do genoma.

Segundo ele, esse banco tem sido de extrema importância para a pesquisa brasileira, já que oferece informações genéticas para as 45 instituições que compõem o Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café (CBP&D/Café), distribuídas em 14 estados brasileiros. O objetivo, como afirma Alan, é identificar e estudar molecularmente esses genes na busca de características de interesse agronômico, como resistência a pragas e doenças, entre outras.

Tolerância a estresses climáticosNa Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, um dos focos das pesquisas está centrado no desenvolvimento de variedades tolerantes a estresses climáticos, como a seca.

O desenvolvimento de variedades de café tolerantes à seca conta com a parceria do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), no Espírito Santo, e do Centre de Coopération Internationale en Recherche Agronomique pour le Dévelopment (CIRAD/França).

Segundo Alan, essa pesquisa se baseia na utilização de variedades de café Conilon (muito utilizadas na produção de café solúvel) com tolerância à seca, desenvolvida pelo Incaper e que foram usadas para a produção de seqüências do projeto genoma do café. O objetivo é identificar e transferir os genes que conferem essa característica para a espécie da robusta para arábica, que é a mais apreciada e consumida no mundo.

“A identificação e conhecimento desses genes vão acelerar o melhoramento genético do café, seja por métodos convencionais de cruzamento ou por engenharia genética”, afirma o pesquisador.

A seca é um problema que afeta duas regiões importantes na cafeicultura nacional: o cerrado e o nordeste brasileiro, especialmente a Bahia. Pesquisas de ponta para identificar fatores que criaram a qualidade do café atraem empresas internacionais

Genoma e proteoma

Outra linha de pesquisa priorizada na Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia está voltada para o melhor entendimento dos fatores que alcançaram a qualidade do café. Alan explica que estão sendo usadas ferramentas extremamente avançadas e que envolvem o conhecimento do genoma, proteoma (funcionamento das proteínas) e compostos metabólicos (metaboloma). O processo para a identificação desses fatores que determinam a qualidade do café consiste em análises integradas do perfil de expressão gênica, de proteínas e dos metabólitos presentes nos grãos.

Segundo o pesquisador, a qualidade final do café está diretamente associada à sua composição metabólica. “Atuando nos três níveis, ou seja: genômico, proteômico e metabólico, é possível conhecer em detalhes os genes que controlam a qualidade do café”, afirma.

É importante ressaltar que até o momento atual muito pouco se sabia sobre os determinantes moleculares que influenciam na qualidade do café. Somente utilizando tecnologias e equipamentos de última geração, como os da Embrapa, é possível começar a desvendar essa característica complexa que é a qualidade. O nível tecnológico das pesquisas desenvolvidas na Embrapa chamou a atenção de uma das maiores empresas do mundo do café expresso: a IllyCaffè, empresa reconhecida pela alta qualidade de seus produtos cuja sede é em Trieste, na Itália. Com mais de 70 anos de experiência no mercado de café, a IllyCaffè é responsável pela exportação do produto para 144 países. A cooperação técnica entre as duas instituições está em fase final de formalização.

Alan faz questão de enfatizar que nada disso seria possível sem o esforço inicial do seqüenciamento do genoma do café, que disponibilizou as informações básicas dos genes para a pesquisa agrícola brasileira. “Todas essas pesquisas estão sendo desenvolvidas a partir da utilização dessa base de dados que, após observados, mostra que cerca de 30% dos genes identificados (30 mil) nunca foram registrados em outras espécies”, afirma.

(Com EMBRAPA)

(Emanuely/Sou Agro)

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