foto: embrapa

Dia de campo discute certificação de sementes de feijão comum para agroecologia

Emanuely
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foto: embrapa

A Embrapa Arroz e Feijão realizou um Dia de Campo interno na sua Fazendinha Agroecológica, em Santo Antônio de Goiás, com participação de pesquisadores, analistas, técnicos e assistentes das diversas áreas da Unidade. O objetivo principal foi apresentar os trabalhos que vêm sendo desenvolvidos ali, visando à descrição de normas que permitam ao Ministério da Agricultura (MAPA) conceder certificação de sementes de feijão-comum para Agroecologia.

O evento teve a condução dos responsáveis pelos estudos da área: os pesquisadores Agostinho Didonet e Flávia Alcântara; o analista Glays Matos e o técnico agrícola Marcos Rodrigues, que explicaram aos presentes as ações de manejo seguidas nos experimentos e responderam às diversas questões levantadas como dúvidas.

O conceito de uma semente de feijoeiro-comum considerada orgânica não existe no MAPA, ainda sendo permitido o uso de cultivares convencionais para produzir feijão com essa chancela. A Embrapa está iniciando o trabalho de delinear processos que subsidiem essa normatização, para regulamentação desse modelo de produção nessa cultura.

O evento começou com a apresentação de um equipamento desenvolvido pelo pesquisador José Geraldo e o técnico Eli Gonçalves, da equipe de máquinas da Embrapa Arroz e Feijão, destinado especificamente para pequenas propriedades. Trata-se de um conjunto motocultivador, composto de elementos a serem acoplados a uma motocicleta comum, visando ao manejo de plantas daninhas em lavoura de grãos, servindo tanto para agricultura convencional quanto agroecológica. As peças acopladas na adaptação substituem a capina realizada pelo agricultor e a moto, que continua com sua função primeira de veículo de locomoção, serve na lavoura como fonte de tração.

Segundo Agostinho Didonet, o sistema adotado nas pesquisas da Fazendinha Agroecológica da Embrapa Arroz e Feijão é totalmente orgânico e está em vias de receber o selo dessa referência. Ele conta que o preparo do terreno, o uso de adubação verde, a rotação de cultura e o controle e a convivência com plantas espontâneas, são alguns métodos encontrados para que se consiga o solo saudável, com alto teor de matéria orgânica e sem doenças. “Dessa forma, onde se encontra uma praga, haverá também presente, de forma natural, o inimigo dessa mesma”, diz o pesquisador.

Outro ponto de destaque no manejo dessa parcela de feijão é o uso de bioinsumos cuja produção pode ser conduzida pelo próprio pequeno agricultor. “São coisas bastante simples que ele tem em casa, como garapa de cana, leite e esterco bovino fresco, que ele mistura, deixa fermentar e tem um excelente produto para melhorar sua lavoura”, explica Didonet. Da mesma forma, o controle de insetos nocivos às plantas é feito com produtos naturais, para que se ateste o modelo orgânico. Nesse experimento, usou-se pimenta malagueta como repelente dessas pragas, diluída e aplicada com pulverizador costal.

Nesse estudo para produção de feijão sob conceitos agroecológicos, foram utilizadas dez variedades diferentes, todas já testadas há bastante tempo e com resultados positivos nos experimentos da Unidade. Em primeiro momento, o registro no MAPA permanece como convencional mas, após todo o manejo testado e protocolado, o Ministério terá parâmetros e normas construídos para, num futuro breve, lançar sementes com chancela para Agroecologia.

(Com EMBRAPA)

(Emanuely/Sou Agro)

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