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Futuro do preço da soja brasileira vai depender da safra dos EUA, afirma economista

Tatiane Bertolino
Tatiane Bertolino
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O futuro do preço da soja brasileira vai depender da safra dos EUA (Estados Unidos). A informação é do economista Camilo Motter. Nós mostramos aqui no Sou Agro, algumas vezes, que o preço das commodities estava despencando. Ocorre que havia uma previsão de que a situação melhorasse, mas isso ainda não aconteceu. Nós acompanhamos, aqui, diariamente, as cotações nas cidades paranaenses.

E nem deve ocorrer tão em breve assim. Para os próximos meses, tudo vai depender, principalmente, da safra norte-americana. “Estamos com o hemisfério Sul terminando de colher. Agora tudo vai depender da safra dos EUA. O plantio e a colheita de lá estão indo muito bem. Mas dependemos das condições do clima. Se a safra de lá for boa, temos melhora nos nossos preços por aqui”, explica o economista.

No fim da tarde de ontem de segunda-feira foi informado que o plantio da nova safra de soja dos EUA alcançou 35%, contra 11% do mesmo ponto do ano passado e 21% de média histórica. Na semana, houve avanço de 16 pontos. Em relação ao estágio, 9% está germinado, contra 3% da mesma data de 2022. Quando os EUA estiverem colhendo a safra de soja, em setembro, o Brasil estará em época de plantio. O que é bom que é, segundo Camilo, houve uma queda acentuada no preço dos insumos agrícolas. Tudo estava mais caro por conta da guerra da Ucrânia e da Rússia, já que a maioria dos fertilizantes que o Brasil usa vem da Rússia. Agora, esses valores têm baixado.

Sobre o preço continuar baixo, o problema é que apesar dos prêmios portuários terem aumentado, agora foi o valor em Chicago que baixou. Na avaliação desta terça-feira, por exemplo, menos 11 centavos.

Segundo relatório da Granoeste, apesar das perdas em Chicago, os preços no mercado brasileiro vêm recebendo, nos últimos dias, uma valiosa compensação pela melhora dos prêmios nos portos. Prêmios no spot, que eram negociados em 200 centavos abaixo de Chicago, agora estão na faixa de negativos 100/110. Na CBOT, além das recentes perdas, deve-se considerar a mudança de mês presente, que pulou de maio para julho e tem um spread negativo de cerca de 50 cents.

Além disso, a demanda está acomodada. As importações de soja por parte da China, durante abril, tiveram queda de 10% em relação ao mesmo mês do ano passado – informa o sistema alfandegário do país.

A colheita da safra brasileira de soja está praticamente concluída. Levantamento da CONAB mostra que 95,4% dos trabalhos estão realizados. No mesmo ponto do ano passado, o índice era de 94,9%.

No mercado doméstico, as indicações de preços se mostram melhores por conta da alta dos prêmios e do câmbio, bem como pela redução dos custos de transporte. Isto acaba, como num efeito gangorra, neutralizando as perdas em Chicago quando da transferência das cotações para o âmbito interno.

As indicações de compra entre R$ 134,00/136,00 no oeste do estado e na faixa de R$ 142,00/144,00 em Paranaguá – dependendo do prazo de pagamento e, no interior, também do local e do prazo de embarque. Camilo também explica o que motiva o preço da saca da soja ser maior em outras cidades e menor em outras. “Quanto mais longe do porto, maior o custo de logística e menor o preço da saca. Quanto mais perto do porto e menor o valor de logística, maior o preço da saca. Por isso que há diferenciação, por exemplo, o preço da saca no Sudoeste de outras regiões”, finaliza.

Com informações da Granoeste

(Tatiane Bertolino/Sou Agro)

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