Preços internos do algodão em pluma cai mais de 10% em abril

#sou agro| Os preços internos do algodão em pluma, que estão em queda desde meados de fevereiro, têm caído com ainda mais intensidade neste mês.
Desde o dia 11 de abril, o Indicador CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, vem registrando quedas diárias, acumulando forte baixa de 10,5% na parcial do mês. Inclusive, na semana passada, a cotação nacional chegou a operar por dois dias abaixo da paridade de exportação, o que não era verificado desde 25 de julho de 2022.
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Segundo pesquisadores do Cepea, aumentos nos preços externos e/ou da taxa de câmbio poderiam trazer suporte aos valores domésticos. No entanto, ainda que o dólar tenha se fortalecido nos últimos dias, os contratos externos da pluma seguem em queda. Diante disso, o que se verifica no mercado spot nacional é um grande desacordo entre os preços de vendedores e os de compradores, o que mantém a liquidez baixa.
Cultivo de algodão em pluma
A cultura algodoeira é uma atividade agrícola de reconhecida importância socioeconômica, principalmente para o Nordeste brasileiro, onde ela é executada por pequenos agricultores, que representam uma maioria na região, constituindo-se numa importante fonte de geração de emprego e de renda no campo.
É uma atividade secular, altamente importante para a agricultura familiar, uma vez que, pelas condições climáticas da região, o algodão é a principal opção fitotécnica, em razão de sua tolerância à seca e pelo fato de poder potencialmente garantido, já que o Nordeste é o segundo polo de consumo industrial de pluma do Brasil, com quase 300 mil toneladas de pluma por ano. Portanto, os agricultores têm tradição no que diz respeito à cultura. Além disso, com as condições climáticas do Semiárido, causa fibra de excepcional qualidade intrínseca. Na maioria dos países produtores, o algodão é comercializado em forma de pluma. No Brasil, em particular no Nordeste, a venda da produção é feita na forma de algodão em caroço.
Tradicionalmente, os agricultores vendem seu algodão ao intermediário ou diretamente à usina de descaroçamento ou às algodoeiras. Esse modelo de sucesso retira do pequeno produtor de algodão a possibilidade de agregar valor à sua produção, transferindo esses ganhos ao usuário. Com o objetivo de reverter esse quadro, a Embrapa Algodão, em parceria com a empresa Máquinas Ariús, o Sebrae e o Banco do Nordeste, desenvolveram uma miniusina de beneficiamento de algodão, composta por um descaroçador de 50 serras e de uma prensa hidráulica, para enfardamento da fibra em forma de fardos. Esses equipamentos são de fácil operação, além de controle a associações de pequenos agricultores ou cooperativas que algodão de forma associativa, em área de até 350 ha. A miniusina de beneficiamento de algodão possibilita ao produtor maior agregação de valor a sua produção, semelhante aos produtores que utilizam alta tecnologia, pois a fibra é comercializada diretamente com a indústria têxtil, enquanto o caroço poderá ser plantado na próxima safra.
(Com CEPEA)