Foto: Sou Agro

“Esse ano, graças a Deus vai dá para pagar as contas”, diz produtor de soja no Oeste do PR

Débora Damasceno
Débora Damasceno

#souagro| A gente tem acompanhado aqui no Sou Agro que a falta de chuva já causou estragos nas lavouras de soja no Oeste do Paraná. Inclusive mostramos que em Toledo, a estimativa era de perdas de 30%. Os agricultores se mantém em alerta e preocupados com as condições climáticas, mas se de um lado não choveu, tem propriedade onde a chuva veio e trouxe bons resultados, como é o caso do Watson Burzinski, produtor rural de Matelândia.

“O ano passado foi terrível, nossa média foi de 50 sacas por alqueire. Esse ano, graças a Deus, foi muito boa, está se desenvolvendo bem, esperando ir a 150 sacas por alqueire. Quanto mais, melhor”, disse o agricultor.

 

Como Watson fez o plantio em dois períodos, o primeiro sofreu um pouco mais, mas o que foi semeado depois está tendo ótimos resultados: ” Ela não sofreu, não estava nos dias de estiagem. Quando ela pegou a estiagem ela não estava com as flores, então ela não sofreu tanto, então a perda não vai ser tanta”, disse.

soja

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O ano passado foi um desastre em todo o sul do Brasil, com uma estiagem nunca vista antes na história, a pior delas. Teve produtor rural que nem levou a colheitadeira para o campo, simplesmente plantou o milho por cima. E depois de enfrentar um ano difícil na safra passada, ter essa recuperação nas lavouras faz com que o produtor respire aliviado.

“Esse ano, graças a Deus vai pagar as contas”, finaliza o produtor.

 

Mas é importante lembrar que essa questão da soja estar bonita, verde, bem formada, é em parte da região Oeste, porque mais ao extremo Marechal Cândido Rondon, Palotina, Guaíra, a situação é um pouco mais delicada como já trouxemos aqui no Sou Agro que inclusive teve produtor acionando o seguro, porque a chuva não foi tão generosa por lá, principalmente no final de dezembro, começo de janeiro, e lá prejuízos foram registrados. Só que no entorno de Cascavel e mais para o Oeste em relação a Foz do Iguaçu e Sudoeste do estado, a situação está mais tranquila para os produtores rurais.

ALTERNATIVAS AOS PRODUTORES

Sabemos que a estiagem deve sim causar perdas, mas o produtor rural deve se manter firme pois há alternativas de evitar danos financeiros utilizando alguns métodos, segundo Mauricio Patel, engenheiro agrônomo e gerente agrícola da Primato: “Recomendamos que o pessoal que não desista da cultura, que faça os tratos culturais como tem que fazer, porque muito embora, eventualmente a produtividade dele não seja o esperado. Mas olha o que está acontecendo, a Argentina passou por um período de estiagem, agora voltou a chover, mas não se sabe o resultado dessas chuvas. O Rio Grande do Sul também tem quebra considerável, então, daqui a pouco, aquela quebra na produtividade ela pode ser recompensada com preço da soja”, disse.

A orientação é que o produtor aproveite o momento e trave pelo menos o custo de produção que está em um ótimo momento de preços no mercado.

“Então, o produtor rural maneje o percevejo, maneje as doenças, se preocupe. A soja, como eu falei lá, tem uma qualidade, um poder de reação muito grande. Se ela está em um tempo de reação, ela vai reagir. Então, uma questão de mercado o preço da soja está muito bom, teve uma ameaçada de cair e agora ele está se mantendo. O produtor tem a condição de travar os custos via contrato. Eu acredito que, pelo menos o custo de produção seria interessante fazer esse travamento, porque a soja é mundial então qualquer coisa que aconteça mundo afora nós podemos ter reflexos e até contrário, uma diminuição de consumo na China, pronto vai afetar nosso preço aqui. Então recomendamos, trave o custo de produção, o preço está ótimo e deixa para especular naquilo que vai sobrar”, detalha.

(Débora Damasceno/Sou Agro)

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