Foto: Airton Cittolin

Produtores ainda contabilizam perdas nas lavouras de feijão que enfrentaram frio e chuva

Tatiane Bertolino
Tatiane Bertolino
Foto: Airton Cittolin

Tem sol há alguns dias, mas isso não muda o cenário de algumas lavouras de feijão da região de Cascavel já prejudicadas pela chuva. É o caso de uma propriedade de Catanduvas acompanhada pelo engenheiro agrônomo Airton Cittolin. Com a chuva intensa de setembro e outubro, seguida do frio fora de época em novembro, o feijão que estava em fim de ciclo desandou.

“Essa lavoura que estava em fase final não recupera mais. Quase metade da produção perdida pelo menos. As que foram plantadas mais tarde e ainda estão na fase da flor pode ser que com o sol recupere um pouco mais. Mas era para estar bem mais desenvolvida”, afirma.

 

Ele mandou pra gente a foto da parte da lavoura comprometida:

Agora, a imagem mostra a parte da lavoura que foi plantada depois:

 

A plantação de feijão é sensível ao frio e à chuva. As duas condições enfrentadas no estado. Em setembro, chuva intensa. Que seguiu no mês de outubro em todo Paraná. Chuva gelada, em excesso. Depois, frio. “São condições que o feijão não gosta. Já temos uma produção pequena no estado e a situação ficou péssima por conta das condições do tempo”, lamenta.

Segundo dados do Deral (Departamento de Economia Rural) do início do mês, 87% das áreas de feijão previstas no PR foram plantadas e 73% dos grãos estão em boas condições. Porém, com previsão de comprometimento por conta das condições climáticas enfrentadas.

Diminuição de área

Em todo o Brasil, a diminuição nas áreas de plantio do feijão é alarmante. Segundo a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), a safra 2021/2022 no País é a menor área cultivada com o grão desde 1976.

No Paraná, nos últimos dez anos, a área de plantio foi reduzida a 30%. Se comparado este ano com ano passado, a queda foi de 13%.

 

O problema é que enquanto isso, no Brasil, o consumo da população gira em torno de 223 mil toneladas de feijão. O principal reflexo de uma  produção que não chega nem perto do consumo é a falta de um dos principais produtos da cesta básica na mesa da população e o aumento do preço nas gôndolas do supermercado.

os produtores acabam plantando uma área maior de soja e de milho, que não são produtos tão sensíveis quanto o feijão. Soja e milho apresentam grande mercado externo, com valores pré-fixados. Enquanto a área plantada de soja cresceu mais de 5 vezes, ou 460%, passando de 6,9 milhões de hectares para 38,9 milhões de hectares e a de milho quase dobrou, passando de 11,7 milhões de hectares para 19,9 milhões, o Feijão, por sua vez, segue perdendo espaço. É a cultura com maior redução estimada de área, totalizando 1,048 milhão de hectares na próxima década. O arroz vem em  segundo lugar, com perda de 1,046 milhão de hectares.

Com dados do Ibrafe

(Tatiane Bertolino/Sou Agro)

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