Golpistas que enganavam agricultores com falsas licenças são presos
#souagro| Um casal suspeito de aplicar o golpe da falsa licença ambiental em agricultores goianos foi preso pela Polícia Civil de Goiás, por meio do Grupo de Repressão a Estelionato e outras Fraudes – núcleo da Delegacia Estadual de Investigações Criminais (GREF/Deic) na região metropolitana de Cuiabá (MT).
Tudo começou em 2020, quando representantes da Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Goiás (Semad) procuraram a delegacia informando que alguns fiscais que vistoriavam propriedades rurais nas cidades do interior, receberam de agropecuaristas goianos, licenças ambientais falsas.
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Na época, os fiscais ficaram surpresos, porque os documentos tinham numeração de processos administrativos, mas tudo com muitas contradições. Outro fato que chamou a atenção foi que inúmeros agricultores goianos informaram que uma pessoa entrou em contato com eles por telefone, se apresentando como servidor da Semad e disse que sabia do processo em andamento. Em seguida, se oferecia para dar mais rapidez ao processo ou mesmo conseguir encaminhar uma licença sem passar por todos os trâmites legais. Mas para que isso fosse possível, era solicitada transferência de valores para a conta bancária de uma mulher.
Ao todo, nove agricultores aceitaram essa “oferta” e transferiram os valores, recebendo uma licença ambiental desse suposto servidor. Contudo, ao apresentarem o documento para os fiscais, verificaram que as “licenças” eram falsas.
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AS INVESTIGAÇÕES
Com todas essas informações, as equipes policiais identificaram um suspeito e sua ex-companheira, como responsáveis por aplicar os golpes e receber dinheiro das vítimas. Os dois moravam em Várzea Grande, região metropolitana de Cuiabá.
Com a dupla identificada, foi deflagrada a Operação Semad, tendo os policiais civis goianos ido ao estado de Mato Grosso e cumprido dois mandados de prisão e dois mandados de busca e apreensão na casa dos suspeitos. A mulher foi presa numa chácara às margens do Rio Cuiabá, onde só se chegava de barco. A operação policial contou com o apoio da Gerência de Operações de Inteligência da Polícia Civil de Goiás e apoio logístico da Delegacia de Repressão a Crimes Informáticos e da POLINTER, ambas da Polícia Judiciária Civil do Estado de Mato Grosso.
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Já o homem foi preso em um apartamento de Várzea Grande. Como resultado das buscas, houve a apreensão de objetos importantes para as investigações, onde foi possível descobrir que o investigado conseguia as informações das vítimas diretamente do sistema informático da Semad, que mantinha os dados dos processos disponíveis para o público em seu site da internet.
Os investigados devem responder pelo crime de estelionato, mas os agricultores que adquiriram as licenças também poderão responder criminalmente pelo uso de documento falso.
(Débora Damasceno/Sou Agro com PC/Goiás)
(Fotos: PC/Goiás)