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“O produtor consegue minimizar seu prejuízo, mas precisa receber”, diz FPA sobre atraso do Seguro Rural

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Débora Damasceno
Débora Damasceno

#souagro| O atraso no pagamento do Seguro Rural está tirando o sono de muitos produtores. Aqui no portal Sou Agro nós temos trazido essa preocupação, inclusive com relatos de endividamentos por conta do não cumprimento dos contratos por parte das seguradoras.

“Empresas seguradoras fazendo gato e sapato dos produtores, contratando horrores, sem estrutura e sem o mínimo de escrúpulos na hora que o produtor está em sérios apuros”, disse um agricultor que preferiu não se identificar por medo das consequências. Justamente por esse momento delicado que o Sou Agro vai em busca de respostas, já trouxemos que as autoridades estão sendo alertadas sobre isso.

 

E também mostramos que o Mapa enviou uma nota ao portal dizendo que não é o responsável pela fiscalização das seguradoras, mas que está ciente dos problemas dos produtores: “O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) esclarece que a responsável pela regulação do mercado de seguros e pela fiscalização das seguradoras é a Superintendência de Seguros Privados (SUSEP)” e que “O prazo para recebimento da indenização está limitado a, no máximo, 30 dias, contados a partir do cumprimento de todas as exigências por parte do segurado” disse.

E justamente devido à alta demanda de produtores rurais pela resolução de problemas vinculados ao acesso ao seguro rural, e a falta de indenização aos produtores por parte das seguradoras, a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) se reuniu, nesta semana, para discutir formas de minimizar os problemas.

 

Hoje em dia, por conta do teto de gastos, não é possível prorrogar as dívidas agrícolas, diferentemente do que ocorria no passado, por isso o seguro é a única saída. Os produtores entendem que o seguro rural é imprescindível num cenário como esse, mas que todos temem que o atraso no pagamento possa colocar em descrédito o Programa e incentivar os produtores a não contratá-lo.

De acordo com o presidente da FPA, deputado federal Sérgio Souza (MDB-PR), muitos agricultores que contrataram o seguro rural não receberam as indenizações referentes às perdas ocorridas no ano anterior. “Eles precisam desse dinheiro, seja para quitar dívidas, seja para comprar insumos para uma nova safra. As seguradoras têm demorado a fazer esse repasse, já que passamos pela maior seca dos últimos 40 anos, o que causou uma sobrecarga nas empresas”, explicou.

 

Segundo Sérgio Souza, ficou decidido que os sindicatos rurais e cooperativas devem chamar seus associados e ver quem tem o problema, para que se encaminhe, de forma conjunta, à Susep. E assim, a Susep possa agir nos casos de não pagamento e levantar os motivos para a falta de repasse. “O seguro rural é cada vez mais imprescindível para dar segurança ao produtor rural. O produtor que tem seguro consegue minimizar seu prejuízo, mas precisa receber o que é devido”, afirmou.

O diretor de Risco Rural do Ministério da Agricultura (MAPA), Pedro Loyola, ressaltou que dos pagamentos de indenizações do seguro rural, 70% dos analisados já foram pagos e que o restante já está em análise. “Conversamos também com representantes da Superintendência de Seguros Privados que nos afirmaram que dos 312 casos de reclamações de atrasos de pagamentos, 225 já foram liquidados”. disse.

A Federação Nacional de Seguros Gerais (FenSeg), reforçou que a seca causou uma sobrecarga nos trabalhos das empresas e ocasionou uma demora além do normal. Segundo a Federação, cada laudo é analisado e liberado individualmente para pagamento, o que demanda, naturalmente, um tempo maior de processo.

(Débora Damasceno/Sou Agro com FPA)

(Débora Damasceno/Sou Agro)