Oscilação do dólar deixa mercado do agro inseguro, afirma economista

Ageiel Machado
Ageiel Machado

#souagro | O dólar é a base para o setor do agronegócio. A moeda americana afeta diretamente a importação e a exportação de insumos. De acordo com o economista, Rui São Pedro, as oscilações podem deixar o mercado inseguro.

“Quando o dólar bateu quase os R$ 6,00 o setor agro estava bastante aquecido em função do processo produtivo, justamente com base nas exportações. Agora está abaixo de R$ 5,00, para a importação de insumos pode ser inviável e acaba onerando o processo do agro”, comenta.

 

 

Contudo, segundo do o economista, o agronegócio continua bastante aquecido, porque o dólar ainda está alto. “O Brasil tem exportado consideravelmente os produtos do agro e isso faz com que o agricultor e o produtor ganhem uma certeza, estimulando e elevando o processo da exportação”, explica o economista Rui São Pedro.

Em relação às culturas mais específicas como soja, milho e trigo, têm o agravante da guerra em função de alguns insumos para produzir fertilizantes. “Como tem uma grande procura e nós temos grande necessidade, provavelmente, o preço desses produtos sofra alterações. Isso acaba diminuindo o lucro do agricultor”.

Os custos da matéria-prima e dos insumos para o processo produtivo tiveram aumento, enquanto o dólar sofreu queda. “Há um bom tempo atrás o dólar estava a R$ 5,80 e agora está em média R$ 4,80. Caiu um real, ou seja, o agricultor está recebendo menos reais pela mesma quantidade de dólar, isto acaba impactando. É preciso aumentar a capacidade do processo produtivo para compensar isso”.

O economista ainda lembra que a região oeste do Paraná sofre impacto direto com a oscilação do dólar e com alta e/ou redução dos insumos, pois o agronegócio é mais presente nessa região, com a produção agrícola e a indústria movimentando a economia.

 

 

O consumidor final acaba sentindo o reflexo nas prateleiras dos supermercados por conta destas oscilações. Pois os preços dos produtos aumentam, mesmo que o salário não tenha alterações significantes.

“Existe uma série de fatores que implicam no aumento dos preços dos produtos nas gôndolas. Quando a matéria-prima dos insumos de produção agrícola aumentam o custo, com certeza o preço de produção vai aumentar e o preço final também deve sofrer aumento.”

Ele também comenta que um dos vilões nesse aumento são os preços dos combustíveis em alta. “Isso que chamamos de inflação. O trabalhador tem perca no poder de compra. Ao invés de comprar mais, ele compra menos. Paga mais pelo mesmo produto e deixa de comprar outros produtos devido a elevação dos preços de forma geral. Se antes abastecia R$ 50,00 e colocava 15 litros de combustível no automóvel, agora com os mesmos R$ 50,00 coloca 7 litros”, finaliza.

 

(Ageiél Machado/Sou Agro)

 

 

(Foto: pixabay)

(Ageiel Machado/Sou Agro)

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