Diesel vai subir quase 15% após novo aumento da Petrobras
#souagro| Mesmo com vários debates para que o preço dos combustíveis não subisse, a Petrobras anunciou aumento na gasolina e no diesel a partir deste sábado (18), o percentual ficou em 5,18% na gasolina e quase 15% para o diesel (14,26%). Os preços do GLP não serão alterados.
Falando no que é vendido às distribuidoras, a gasolina vai passar de R$ 3,86 para R$ 4,06 por litro já o diesel, o preço médio de venda passará de R$ 4,91 para R$ 5,61 por litro. Segundo Roberto Pellizzetti, do Sindicombustíveis do Paraná, ainda não há valor exato, mas expectativa é que nas bombas, o diesel suba R$ 0,70 e a gasolina R$ 0,20. Para o agronegócio a notícia chega como uma bomba, afinal, o diesel é combustível mais utilizado pelos produtores em toda produção agropecuária.
- “A Petrobras pode mergulhar o Brasil num caos”, diz Bolsonaro sobre possível aumento dos combustíveis
- Projeto que prevê queda no preço dos combustíveis vai para sanção presidencial
JUSTIFICATIVA
A decisão veio depois da reunião extraordinária, realizada nesta quinta-feira (16), quando o Conselho de Administração da Petrobras se reuniu para debater o assunto. Durante o encontro os conselheiros do governo tentaram convencer a empresa a segurar o aumento, mas a estatal disse não haver contrapartida para evitar o reajuste.
O diesel não era reajustado desde 10 de maio, ou seja, 39 dias. O preço da gasolina havia sido reajustado em 11 de março, 99 dias atrás. A Petrobras informou em nota que o reajuste é causado por conta do mercado global de energia que está atualmente em “situação desafiadora” por conta da economia e a guerra entre Rússia e Ucrânia.
A nota aponta ainda que: “é sensível ao momento em que o Brasil e o mundo estão enfrentando e compreende os reflexos que os preços dos combustíveis têm na vida dos cidadãos”, e que tem buscado equilibrar seus preços com o mercado mundial.
- Guerra faz cair exportações de grãos da Ucrânia
- Instituições se unem para fortalecer criação de abelhas no Brasil
“Não obstante, quando há uma mudança estrutural no patamar de preços globais, é necessário que a Petrobras busque a convergência com os preços de mercado”, disse a estatal em nota.
O QUE DIZ O GOVERNO FEDERAL
Mais cedo o presidente Jair Bolsonaro disse em uma rede social que: “A Petrobrás pode mergulhar o Brasil num caos”, caso aumente os preços. “Seus presidente, diretores e conselheiros bem sabem do que aconteceu com a greve dos caminhoneiros em 2018, e as consequências nefastas para a economia do Brasil e a vida do nosso povo”, acrescentou o presidente.
Bolsonaro disse ainda que: “O Governo Federal como acionista é contra qualquer reajuste nos combustíveis, não só pelo exagerado lucro da Petrobrás em plena crise mundial, bem como pelo interesse público previsto na Lei das Estatais”, afirmou.
- Produtor paranaense cultiva pimenta mais forte do mundo
- Saiba qual país mais comprou soja brasileira em 2022
Além disso nesta quarta-feira(15) a Câmara dos Deputados aprovou o projeto que prevê a redução no preço dos combustíveis. Ao mesmo tempo, o presidente da República, Jair Bolsonaro, ajuizou no Supremo Tribunal Federal (STF) uma Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF 984), com pedido de liminar, para limitar a alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) incidente sobre combustíveis nos 26 estados e no Distrito Federal para as operações em geral.
Segundo a Advocacia-Geral da União (AGU), que representa o presidente nos autos, o “alto custo gerado por alíquotas excessivas” sobre um bem essencial estaria penalizando o consumidor final e ocasionando um estado de coisas inconstitucional.
Sobre a medida do ICMS, Roberto Pellizzetti disse que o diesel acaba não sendo beneficiado: “Com relação ao projeto de ICMS a essencialidade ela é de 17%, o percentual da alíquota do ICMS e o diesel no Paraná a alíquota é 12%. Há uma preocupação que o governo do estado queira passar essa alíquota de 12 pra 17%. Mas me parece que há um mecanismo dentro dessa legislação que foi votada agora há dois dias atrás que impede isso. Então 17% é o máximo e ele teria que ficar com 12%. Não deve refletir no diesel porque os impostos federais já estão zerados e a alíquota já é menor do que os 17% da essencialidade. Então no final das contas está subindo de fato e o diesel não se beneficia no pacote de ICMS, apenas a gasolina e etanol”, finalizou Pellizzetti.
(Débora Damasceno/Sou Agro)