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Mulheres no agro: competência para fazer frente à desigualdade

Vandre Dubiela
Vandre Dubiela
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#souagro | Março é o mês da mulher. Qualificação e competência são as principais virtudes assumidas pelas mulheres modernas para fazer frente ainda a casos de desigualdade em relação ao homem. Pelo menos no agronegócio tem sido assim. Se um dia as posições de chefia foram exclusivas dos homens, esse cenário tem mudado aos poucos. Segundo uma pesquisa da Fundação Getúlio Vargas, as mulheres já ocupam 34% dos cargos gerenciais no agronegócio no Brasil. Atualmente, quase 1 milhão de mulheres dirigem propriedades rurais no País.

Para a engenheira agrônoma Norma Lazaretti, formada em 2011 pelo Centro Universitário Assis Gurgacz, mestre em Agronomia pela Unioeste em 2020 e membro do quadro de docentes do curso de Agronomia da FAG, a presença feminina se estende por todas as áreas do agronegócio brasileiro, contribuindo para a evolução do setor, sendo uma inspiração para outras mulheres trilharem o mesmo caminho. “As mulheres estão cada vez mais presentes na cadeia do agronegócio: gestão da lavoura, consultoria técnica, no mundo acadêmico e em segmentos como marketing, vendas, gerenciamento de produto, liderança, entre tantos outros”

Para Norma, ainda é fato que as salas de aula dos cursos de agronomia concentram mais estudantes homens que mulheres, mas as instituições já trabalham melhor as diferenças. “Antes o preconceito vinha disfarçado da preocupação sobre a fragilidade da mulher ao exercer seu papel profissional, seja dentro ou fora da porteira”. Para ela, com a crescente participação da mulher em diversos setores e o avanço tecnológico, tal “preocupação” não faz mais sentido. Norma Lazaretti entende que a globalização vem promovendo o encurtamento das distâncias, e logo chegará o dia em que homens e mulheres serão igualmente valorizados, trabalhando juntos e buscando uma agricultura cada vez mais eficiente, competitiva, sustentável e plural.

A engenheira agrônoma Andrea Mörschbächer, comenta que a situação já foi bem pior. “A sociedade tem evoluído e a mulher tem ganhado espaço em todas as áreas. Porém, um dos principais desafios ainda é a dupla ou tripla jornada, principalmente quando ela é mãe e concilia essa condição no mercado de trabalho”. Para Andrea, mesmo que ainda o pai é participativo, há atribuições estritamente maternas, como por exemplo, a amamentação.

Outra questão, na visão de Andrea, é a mulher se colocar em um papel bastante profissional, no cerne da competência, para que isso seja o critério mais importante e não qualquer outro atributo. “Sempre tentar se qualificar profissionalmente. É essa condição que será determinante para ter sucesso na atividade escolhida”.

Atual gerente e responsável técnica da ADDAV – Associação dos Distribuidores de Defensivos Agrícolas e Veterinários do Oeste do Paraná, a engenheira agrônoma Patrícia Moretti, entende que a mulher tem capacidade mais afinada para resolver situações, “pois consegue entender melhor o contexto”. Para ele, o homem as vezes é muito bom em uma área, mas não consegue entender um campo correlato, indo diretamente no foco. Por sua vez, a mulher já tem uma forma de analisar o cenário de uma maneira mais ampla. “Esse desenvolvimento foi potencializado a partir do advento de novas tecnologias”. Segundo Patrícia Moretti, a mulher na sociedade já ocupa funções estratégicas, dentro do gerenciamento, administração, coordenação de equipes, entre outras.

(Vandré Dubiela/Sou Agro)

(Vandre Dubiela/Sou Agro)

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