trigo

Trigo é ótima opção nutricional para pecuária 

Débora Damasceno
Débora Damasceno
trigo

A história confirma que o trigo é uma das culturas mais antigas do mundo e está entre a humidade há mais de 10 mil anos, sendo até hoje uma das mais importantes espécies de cultivo para o sistema de produção. No Sul do Brasil, é uma excelente opção para semeadura no período de inverno, gerando renda, otimizando o uso dos fatores de produção disponíveis, promovendo o sistema plantio direto na palha e melhorando o aproveitamento de insumos. Antes cultivado com fins industriais, hoje o trigo passa a ser alternativa também para o pastejo dos animais, entregando ótima resposta nutricional para gado de leite e de corte.

Com cultivares melhoradas para a produção de volumosos e de pastagem, o trigo ganha uma importância maior no mercado, proporcionado novas possibilidades, especialmente para a pecuária, conforme explica o zootecnista, Ederson Luiz Henz, doutor em Ciência Animal, que recentemente participou de evento técnico promovido pela Coamo: “Isso ganhou uma importância maior porque são cultivares novas e melhoradas geneticamente para utilização de volumoso conservado. Um exemplo são os trigos para silagens. Então melhorada as características de planta, tem a questão de amido, questão de fibra. E também temos um novo conceito que são trigos voltados para pastagem, um novo conceito, um trigo com longo período vegetativo, com muita emissão de folhas que proporciona para produtor poder semear antes, em meados de março já ter pasto em abril maio e ele proporciona ter pastejo aí até julho, agosto ou até setembro.”

 

Para quem pensava em plantar o trigo pensando numa boa qualidade para produzir pão e outros alimentos, agora ele já pensa de uma maneira diferente, então ele pode pensar também nessa questão de novas cultivares voltadas para pecuária: “É o que a gente tem hoje no Brasil, são cultivares que são destinados para indústria, para trigo grão. Agora nós estamos entrando no mercado onde nós temos cultivares novos específicos para nutrição animal, ou seja, que vai atender exigência lá da minha vaca do meu boi que tá lá no campo”, explica Ederson.

A ideia surgiu há quase dois anos e foi pensada para atender necessidades dos produtores como conta Ederson: “Essa demanda surgiu em 2011 para 2012 é de um produtor que nos indagou porque a gente não desenvolvia uma cultivar específica para silagem, porque só tinha para grão. E essa demanda veio para nós, a gente repassou ela para o melhoramento, e hoje nós estamos fazendo cultivares e opções durante o inverno para aquele produtor que gosta da triticultura, mas que tem dentro da sua propriedade gado de leite e gado de corte.”

 

Essas cultivares já estão no mercado desde o ano passado e vem evoluindo a cada dia. O rendimento e o melhoramento contribuem diretamente nos resultados da produção: “Nós temos dois momentos, nós vamos trabalhar com trigo para silagem e para pastejo, onde é que eu consigo ter um retorno com trigo para silagem? trigo tem um alto teor de proteína, então muitas vezes o produtor lá aproveita área de inverno que muitas vezes está parada ele consegue fazer volumoso, esse é o primeiro passo: ter volumoso guardado em casa, isso associado muitas vezes, ele consegue ser mais eficiente ,ou seja, ele não vai diminuir o uso de concentrado, mas sim em vez de trabalhar com a ração com 22, 23, 24% de proteína ele pode trabalhar com  uma ração com menor teor de proteína e ganhando o mesmo retorno financeiro. Quando a gente trabalha com pastejo, aí sim aí a gente tem o sistema pasto, o produtor de gado de corte, que tenha leite um trigo com alto teor de proteína e o mais importante ele tem um vegetativo muito longo e ele fornece a qualidade do começo até o fim. A qualidade dele é garantido então de 26 a 28% de proteína ao longo deste ciclo estamos falando de 4 a 6 meses de pastejo que o produtor vai ter”, detalha Ederson.

No caso do pastejo os animais estariam pastejando esse trigo assim como se ele fosse uma gramínea comum convencional. A implantação dela é feita durante o inverno, e você pode trabalhar de duas formas: Com pastejo contínuo ou rotacionado. Contínuo você coloca uma carga animal lá dentro trabalho em torno de 1.200 kg de peso vivo por hectare, ou você pode trabalhar com ele rotacionado, quando você leva os animais até o pasto, ou seja, os animais coletam a forragem. A técnica é indicada tanto para gado de corte quanto para gado de leite.

 

Essa é uma novidade que chega para trazer muitas mudanças: “É uma novidade que chega para revolucionar porque antes se nós olhamos um pouco para trás a gente não tinha cultivares específicas para nutrição animal. Então a gente viu que o trigo começou a melhorar as características do que o animal precisa, estamos trazendo cultivares novas que eu tenho disponibilidade de nutrientes que o animal possa aproveitar e reverter isso em ganho. É importante ressaltar aqui que essas cultivares elas não atende na indústria moageira, ou seja, nós no melhoramento, mas não estão preocupados com a qualidade Industrial deste material e sim nós estamos preocupados com a qualidade nutricional pensando em fornecer para gado de corte o gado de leite”, finaliza Edson.

Portanto além do tradicional uso trigo para a produção de grãos, agora também pode ser utilizado em duplo propósito, ou seja, com o pastejo para utilização de forragem na produção de carne ou leite. O produtor que tiver interessado nessa nova tecnologia pode procurar o departamento técnico da Coamo.

 

(FONTE: Coamo )

(Débora Damasceno/Sou Agro)

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