Cooperativismo: a chance do pequeno ficar grande
#souagro | Uma das coisas mais bonitas do agro brasileiro e do mundo é o jeito de oportunizar ao pequeno a chance de ficar grande: isso se chama cooperativismo. A afirmação é de Marcos Fava Neves, mais conhecido como Doutor Agro. “Trata-se de uma aglutinação de pessoas, que montam uma organização e se tornam grandes. Essa organização compra tudo que eles precisam, vende de forma unificada o que é produzido no campo e compartilha os recursos que o agricultor precisa”.
O cooperativismo possibilita ao produtor assessoria jurídica, agronômica, todo respaldo administrativo, e muito mais. “Temos muitos exemplos no Brasil sobre o importante papel do cooperativismo. No café, há uma cooperativa com mais de 13 mil donos. Ainda há um modelo de cooperativa formado por 13 cooperativas, possibilitando a criação de uma marca oferecida ao consumidor”.
O modelo cooperativista congrega 1 milhão de produtores rurais no Brasil, de um universo de 5 milhões de agricultores presentes no País. “Eu me pergunto, onde estão os demais? É uma oportunidade singular para se tornarem grandes”. O sistema emprega atualmente 223 mil pessoas. Se contar cada família com três integrantes, esse número sobre para 1 milhão de pessoas beneficiadas pelo cooperativismo. Somente no ramo agro, existem mais de mil cooperativas espalhadas pelas regiões produtoras do Brasil.
Na cadeia do agro, as cooperativas estão praticamente em todos os elos. Muitas cooperativas têm supermercados e entre os pontos inovadores, constam os programas de fidelização, que devolvem a contribuição para as pessoas que comprarem no estabelecimento, nos moldes de um programa de milhagem.
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A cooperativa é o socialismo que deu certo, na ótica do Doutor Agro. “Ela é movida pelo sistema meritocrático”. Funciona assim: a cooperativa adquire os insumos, fertilizantes, produtos químicos, sementes e serviços, uma série de necessidades do produtor. Ela vende aos produtores que por sua vez produzem a abastecem o mercado de commodities. “Ao fim do ano, o lucro, ou as sobras, como são tratados os recursos, são distribuídos aos integrados conforme a sua participação ativa na cooperativa.
Para Marcos Fava Neves, a cooperativa é, antes de mais nada, um medicamento contra quem fica acusando que no agro só sobrevive quem é grande. “De toda a produção brasileira, metade passa pelas cooperativas”, comenta Doutor Agro, utilizando como fonte o Anuário Brasileiro do Cooperativismo 2021. Do percentual da produção nacional proveniente de produtores rurais, associações e cooperativas, 75% corresponde ao trigo, 55% ao café, 53% do milho, 52% da soja, 50% de suínos, 48% de algodão e 46% de leite.
O sistema também é o caminho para fazer chegar aos pequeno e médio produtores, tecnologias de ponta capazes de fazer a diferença nos índices de produtividade nas propriedades, como por exemplo a sistematização da área, uso de Drones, e uma série de outras tecnologias.
Conforme o Anuário Brasileiro do Cooperativismo 2021, 63,8% dos produtores associados a cooperativas recebem assistência técnica, enquanto 20% do total são assistidos.
(Vandré Dubiela/Sou Agro)