preço do feijão

Empacotadores reduzem margem para vender feijão

Vandre Dubiela
Vandre Dubiela
https://youtu.be/XUO_fupbmU4

 

#souagro | A crise econômica brasileira tem gerado reflexos em inúmeros setores. Empacotadores reduzem margem para vender feijão. Dentro da cadeia produtiva do feijão, cada elo tem sentido esse desajuste de forma diferente. Enquanto produtores amargam a alta no preço dos insumos, empacotadores veem sua margem praticamente sumir diante da drástica diminuição do poder de compra do brasileiro.

“Com 19 milhões de pessoas passando fome, 14 milhões de desempregados e alta na inflação, o Brasil passa por uma situação complicada”, comenta o presidente do Ibrafe (Instituto Brasileiro do Feijão, Pulses e Colheitas Especiais), Marcelo Lüders. “Isso tudo agravado pela pandemia, que gerou reflexos devastadores da sociedade. Diante desse cenário, o preço dos alimentos tem ganhado as manchetes de jornais devido grande alta nos últimos meses. Grãos e carnes são itens da cesta básica que ficaram pesados ao bolso do consumidor”.

 

Veja a entrevista do presidente do Ibrafe, Marcelo Lüders:

 

Segundo dados da Conab, o preço do feijão-carioca subiu 36% para o produtor, no comparativo ao ano anterior. Utilizando o exemplo de Minas Gerais, a média do preço de venda em agosto de 2020 era de R$ 203. Este ano, esse mesmo feijão está sendo vendido por R$ 277.

Porém, parte desse aumento gerado pela alta nos custos de produção, quebras na safra e outros agravantes, tiveram que ser absorvidos pelos empacotadores, que precisaram diminuir a margem para evitar que o valor ficasse ainda mais alto nas gôndolas dos supermercados.

O preço médio de venda ao consumidor final em 2021 foi de R$ 8,37, uma diferença de 13,7% para os R$ 7,22, que era o preço médio aplicado em 2020, percentual que não acompanha proporcionalmente a alta do preço da saca.

O Instituto Brasileiro do Feijão, Pulses e Colheitas Especiais ouviu alguns de seus membros empacotadores que afirmam estar trabalhando com margem muito apertada para conseguir atender às necessidades atuais do mercado.

Eles entendem que há uma supervalorização dos alimentos em geral e, por outro lado, um consumidor sem dinheiro, buscando promoções e alternativas de preço menor, obrigando as indústrias, no desespero de venda, a fazer promoções.

Nas prateleiras dos supermercados é possível constatar uma boa variação entre os valores de venda de diferentes marcas de Feijão. A diferença entre pacotes de 1kg pode chegar a R$3,00 entre uma marca e outra. Isso significa um investimento da indústria, uma diminuição de margem para suprir a necessidade de venda. Alguns membros do Ibrafe afirmam que trabalharam com zero de margem para conseguir pelo menos pagar a folha e para ter uma remuneração dentro do mês.

(Vandré Dubiela/Sou Agro, como Ibrafe)

 

(Vandre Dubiela/Sou Agro)

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