PECUÁRIA
Geada leva preço do café a US$ 2 lb em NY e mais de R$ 1.000 saca no Brasil
A semana foi histórica no mercado internacional do café. A manhã gelada da terça-feira, dia 20 de julho, foi mais fria que o esperado, surpreendeu, e trouxe as temidas geadas a diversas regiões produtoras de café do Brasil. As consequências ainda estão sendo avaliadas, mas a quebra da safra 2022 é uma realidade, assim como é real o fato de que os preços na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) atingiram os níveis mais altos desde outubro de 2014, passando de US$ 2,00 a libra-peso, enquanto no Brasil o café passou de R$ 1.000,00 a saca de 60 quilos para os arábicas de qualidade.
As geadas atingiram cafezais no Paraná, São Paulo, sul e cerrado de Minas Gerais. Os estragos estão sendo avaliados, mas há relatos de que as geadas foram mesmo severas, assim como os prejuízos serão. A safra 2022 é uma safra de ciclo alto produtivo, dentro da bienalidade cafeeira. A produção de 2020 foi recorde, esta de 2021 bem menor, e se esperava inicialmente uma grande safra novamente em 2022. O problema é que esta produção de 2022 já tem potencial comprometido pela falta de chuvas no ano passado e no primeiro semestre deste ano de 2021. E agora as geadas derrubarão ainda mais o potencial produtivo da próxima colheita, certamente.
Assim, NY passou a apresentar fortes movimentos de compras de fundos e especuladores desde a terça-feira até esta quinta-feira, dia 22. Esta é a maior geada (e pior) desde 1994, embora os estragos possam não ser tão grandes. Pode haver um déficit profundo na produção global em relação à demanda, e isso justifica esse movimento de compras e de alta do café na bolsa.
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