Preços de tomate e batata apontam tendência de queda em março no atacado

Sirlei Benetti
Sirlei Benetti

 

Mesmo em um período de redução na oferta de hortaliças nos mercados, os preços do tomate e da batata caíram nas principais centrais atacadistas do país. Em São Paulo, a queda para a cotação do fruto praticada em fevereiro chegou a 26%. Já o tubérculo teve uma redução ainda maior, chegando a próximo de 52% no Rio de Janeiro. Esse movimento registrado no mês passado tende a se repetir em março, como aponta o 3º Boletim Prohort, divulgado nesta quinta-feira (18) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

O menor preço da batata já era esperado, seguindo o comportamento registrado ainda em janeiro, quando foi verificada a interrupção das altas iniciadas em outubro do ano passado. No entanto, a média de preços praticadas em fevereiro deste ano ainda é superior a do mesmo período de 2020, porém inferior a de 2019. A intensificação da safra das águas do tubérculo ampliou a oferta do produto no mercado. Aliado a isso, a qualidade, entre outros fatores, pode também ter exercido influência na diminuição dos preços. O ritmo de colheita foi prejudicado pelas constantes chuvas nas áreas produtoras e o excesso de umidade provocou perda na qualidade com consequente desvalorização da batata.

As condições climáticas também tendem a afetar a qualidade do tomate oferecido ao mercado em março. Se em fevereiro houve uma maior oferta do fruto devido à colheita da safra de verão, neste mês já pode ser observado uma menor demanda. A qualidade aliada a menor procura influência na manutenção das cotações em patamares mais baixos para o mercado atacadista.

Por outro lado, a cebola continua com valores de comercialização em alta. A concentração da oferta no sul e a importação do bulbo favorecem o encarecimento do produto.

 

Frutas – O aumento da colheita da maçã gala, tanto para produtores com acesso às câmaras frias quanto os pequenos, sem acesso a essa tecnologia, em meio a uma demanda regular, impactou na queda de preços da fruta. Já a variedade fuji  começou a ser colhida timidamente em fins de fevereiro, movimento que se intensificará em março. Com expectativa de boa safra para o produto, as perspectivas para as exportações são boas.

Já a comercialização da melancia em fevereiro ficou mais baixa na maioria das Ceasas, o que não se converteu em aumento de preços, uma vez que o tempo chuvoso influencia em uma menor demanda. Com isso, os produtores encontram nas exportações uma boa alternativa para escoar a produção, principalmente das minimelancias cearenses e potiguares.

 

Comercialização em 2020 – Em todo o ano passado, a comercialização de frutas e hortaliças nas Ceasas brasileiras movimentou mais de R$ 42,2 bilhões, com o escoamento de aproximadamente 16,35 milhões de toneladas de produtos. Se comparada com o ano de 2019, a quantidade de frutas e hortaliças comercializada nos entrepostos atacadistas apresentou uma retração na ordem de 2,85%. Destaque para a queda na comercialização de hortaliças folhosas. Este subgrupo registrou um percentual 14,3% abaixo do verificado em 2019. Contribuíram para essa dinâmica, a elevada perecibilidade dessas hortaliças, conjugada às medidas de isolamento e distanciamento social, adotadas no país, como forma de reduzir a disseminação do novo coronavírus.

Para ter mais informações sobre os dados consolidados de 2020 veja a íntegra da comercialização total nas Ceasas. Já para saber sobre a comercialização registrada no último mês nos principais centros atacadistas, acesse o Boletim Hortigranjeiro Março 2021.

(Sirlei Benetti/Sou Agro)

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