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Contratos futuros da soja travam e produtor aguarda definição

Sirlei Benetti
Sirlei Benetti
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A saca da soja abriu mercado nesta quinta feira (25) valendo R$ 155 em boa parte do Paraná e alguns Contratos futuros começam a ser firmados, mesmo que ainda tímidos em relação ao mesmo período do ano passado. O pé atrás do produtor é justamente para não enfrentar situação como a verificada na 1ª safra de 2021, quando produtores negociaram contratos futuros com a saca sendo paga R$ 80, no mesmo momento em que o produto era comercializado ao preço histórico variando de R$ 140 até R$160.

Por conta disso, revela o trader de commodities da I.Riedi, engenheiro agrônomo Christian M. de Almeida e Souza, o produtor não teve prejuízo, mas deixou de faturar mais. Para ele, falar em valores futuros em um mercado de alta volatilidade depende de três fatores: bolsa de Chicago, dólar e premium. “Os contratos estão muito travados, como mostra o mapa de comercialização da Stone X. Isso vem ocorrendo por um simples fato: no ano passado, quando o produtor fez os contratos antecipados já com os olhos voltados para a entrega nessa safra, houve um boom nos preços em função do dólar e da Bolsa de Chicago, elevando consideravelmente o valor da saca da soja”, salienta. O dólar foi o gatilho para a escalada do preço da saca da soja em 2020.

 

Garantias

Tradicionalmente, o produtor destina entre 20% e 30% de sua produção a contratos futuros, para pagar os insumos da safra e o restante deixa para negociar no período de cada safra. Diante dessa surpresa, o produtor está preferindo aguardar a consolidação do cenário para decidir se firma ou não contratos futuros de soja. “Com base em um cenário observado nos próximos 3 meses, não vejo uma nova possibilidade de explosão dos preços como a verificada nesta safra. Enxergo um mercado mais estável do ponto de vista de precificação. Não vejo a saca a R$ 200 e o milho a R$ 100 na próxima safra”.

Nesse momento, o produtor procura sempre gerar expectativa que os preços vão subir ainda mais. “Era inimaginável que há 3, 6 anos, o preço da soja chegasse a R$ 100 ou R$ 150 como hoje. Para a safra 2022, como base na fotografia do mercado atual, a saca deverá ser comercializada entre R$ 125 a R$ 140, mesmo assim, são preços absurdamente altos em relação ao histórico, de R$ 70 a R$ 80”. Esse boom nos valores tem relação principalmente com o consumo de soja por parte da China, que se transforma em farelo e proteína animal para suprir o plantel de suínos daquele país.

 

Mapa Stone X

A I.Riedi ainda mantém o seu protagonismo no campo, como uma empresa genuinamente nacional, bem estabilizada e com base sólida.

Comparativo de contratos futuros de soja
Comparativo de contratos futuros de soja.

 

Para conseguir fazer uma leitura mais assertiva do atual cenário dos contratos futuros, no ano passado, neste mesmo período, a mapa da comercialização futura da soja da Stone X mostrava o Paraná com índice de 62% contra espantosos 3% deste momento. Na região Sul, ainda temos Santa Catarina, com 2% da soja comercializada atualmente para a safra 2021/2022 contra 47% da safra 2020/2021 e Rio Grande do Sul, com 1,5% da comercialização da safra 2021/2022 perante 35% da safra 2020/2021. Ou seja, o mercado futuro está travado em todos os estados brasileiros, com base no mapa da Stone X.

 

Preço de ouro

O gerente comercial da Sementes Plantar, Lucas Bortoli, afirma que os valores estabelecidos nos contratos para o mercado futuro da saca de soja são históricos e nunca atingiram esse patamar. “Na semana passada, chegamos a firmar contratos na ordem de R$ 140 a saca para o mercado futuro, só que esse segmento é muito dinâmico, com o preço da soja atrelado a três níveis: Chicago, dólar e premium”.

Hoje, os contratos futuros para a soja estão na ordem de R$ 136 a saca de 60 quilos. “É um baita preço, principalmente pelo aspecto de um ser dos menores hedges por saca de soja”. É um valor interessante – continua Lucas Bortoli -, afirmando que se trata de um preço fenomenal, mesmo com a saca cotada atualmente a R$ 150. (Vandré Dubiela)

Foto: Divulgação

 

Veja também:

Fez contrato da soja a R$ 80 e agora está R$ 150? O que fazer?

Colheita da safra da soja no Paraná atinge 75% da área

(Sirlei Benetti/Sou Agro)

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