2ª safra

Janela de plantio do milho 2ª safra perto de fechar no oeste

Vandre Dubiela
Vandre Dubiela
2ª safra

 

#souagro | O oeste do Paraná está há poucos dias do fechamento da janela de plantio do milho 2ª safra, o chamado ZARC (Zoneamento Agrícola de Risco Climático) – encerra agora no fim de fevereiro. A grande maioria dos municípios segue com o plantio até o fim de fevereiro. Entretanto, regiões como o norte e nordeste do Estado, efetuam o plantio dentro do ZARC até o fim de março.

Para entender melhor sobre a necessidade e objetivo do ZARC, a equipe de reportagem do Portal Sou Agro conversou com o Francisco Carlos Simioni, da Divisão de Planejamento Agropecuário da Seab/Deral. “O ZARC é um instrumento de política agrícola adotado nacionalmente. Tem como foco o produtor rural e é um mecanismo que pode ajudá-lo a planejar a safra de forma a evitar, ou minimizar os riscos de produção que está sujeito”, sintetiza.

Francisco Carlos Simioni, da Divisão de Planejamento Agropecuário da Seab/Deral.
Francisco Carlos Simioni, da Divisão de Planejamento Agropecuário da Seab/Deral.

O ZARC também é importante sob o ponto de vista de programas de seguridade agrícola federal e estadual. “O governo federal subvenciona o prêmio de seguro rural, parte das apólices, com o recurso do Tesouro. Varia de 20% a 40% essa subvenção para baratear o custo do seguro ao produtor rural”, explica Simioni. “No Paraná, temos uma subvenção estadual que é de 20% sobre o valor total da apólice. Então, além do subsídio federal, no Paraná, no caso do milho segunda safra, o produtor também tem uma subvenção estadual”.

Mas para ter acesso aos benefícios, o produtor rural paranaense fazer o plantio do milho safrinha dentro do ZARC, divulgado pelo Ministério da Agricultura e um instrumento de política agrícola elaborado pela Embrapa, com base em estudos técnico-científicos. “Aliás, muito bem elaborados e que têm evitado muitos problemas para o setor produtivo do Brasil e do Paraná”.

O Zoneamento Agrícola de Risco Climático é um estudo que identifica regiões e épocas mais recomendadas, sob o ponto de vista de risco climático e semeadura das culturas. A definição desse período também considera diferentes características, como clima, solo, tipos de cultivares e sistemas de produção. “Tudo é pesquisado, estudado e identificado rigorosamente pelos técnicos da Embrapa para posterior aprovação e publicação no âmbito do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento”. O ZARC é regido pelo decreto 9.841/2019.

 

OS RISCOS

São três tipos de riscos que o ZARC estabelece na portaria. São eles: os riscos de 20% para solo tipo 1; para o solo tipo 2 os riscos vão de 20%, 30% e 40% e a mesma situação para os solos tipo 3. “Parece ser um instrumento complexo, mas é de fácil acesso para a assistência técnica e produtores e tem servido como instrumento muito forte para a tomada de decisão dos produtores, seja para plantar milho safrinha no Paraná ou para as demais culturas de inverno, que são: cevada, aveia, triticale e trigo, este último como carro-chefe”.

A portaria em vigor, que está balizando a safra de milho 2021/22 no Paraná é a portaria 467 de 8 de outubro de 2021, publicado no Diário Oficial da União no dia 13 de outubro de 2021, assinado por Guilherme Bastos Filho, secretário de Política Agrícola.

 

 

Não há qualquer objeção de o produtor plantar o milho segunda safra após o fechamento da janela. Entretanto, ele não vai conseguir financiar a produção, o custeio para realizar o plantio, pois para o produtor conseguir ter acesso aos recursos controlados do crédito rural, com taxas de juros subvencionadas, ele precisa respeitar o período do ZARC. Outro ponto desfavorável ao produtor que plantar fora do zoneamento é que ele não terá cobertura, não poderá inscrever essa área dele nem no Proagro, que é o programa de garantia da atividade agropecuária, que também é um instrumento que visa indenizar as perdas. E também nenhuma seguradora vai fazer um contrato ou apólice com o produtor que está plantando fora do zoneamento estabelecido pelo mapa e Embrapa. Avançar além do zoneamento já abre um risco de perdas de 40%. Hoje, plantar com risco acima de 20% ou 30% já é temeroso.

 

MILHO 2ª SAFRA

Com relação à segunda safra de milho no Paraná, a área estimada é de 2 milhões 576 mil e 300 hectares e uma produção projetada de 15 milhões e 195 mil toneladas. Na área estimada de plantio, já foram cultivados em todo o Estado entre 38% e 40%. Do total, 85% estão em condições boas de produção. “Ano passado tivemos uma safra bem complicada em relação ao milho segunda safra, em virtude da estiagem, que aliás, se prolongou e acabou pegando também a safra de verão, atingido as três culturas principais no Paraná que são o feijão, milho e soja”.

(Vandré Dubiela/Sou Agro)

(Vandre Dubiela/Sou Agro)

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