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EUA quer suspender importação de carne bovina brasileira

Débora Damasceno
Débora Damasceno
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#souagro| A carne bovina brasileira está correndo riscos novamente no mercado externo, desta vez nos EUA. O senador americano, Jon Tester, apresentou um projeto de lei nesta quinta-feira (18) para suspender as importações e pediu que especialistas revisassem “a segurança de commodities” após relatos na imprensa sobre o Brasil ter atrasado a comunicação de dois casos da doença da vaca louca.

O projeto segue pressões dos produtores de gado dos EUA que estão pedindo a suspensão de importações de carne bovina fresca brasileira devido a questões sobre quais processos o Brasil utiliza para detectar doenças animais e outras possíveis ameaças de alimentos para consumidores.

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A NCBA (federação dos produtores norte-americanos) pediu pela suspensão da importação, em uma carta enviada ao USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). A solicitação é para que a interrupção aconteça até que seja feita uma avaliação de risco completa e uma revisão dos processos que o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) do Brasil usa para detectar doenças e outras ameaças aos consumidores. A NCBA também pediu ao USDA que revise o sistema de laboratório de diagnóstico veterinário do Brasil.

“É hora de manter a carne fresca brasileira fora deste país até que o USDA possa confirmar que o Brasil atende aos mesmos padrões de consumo e segurança alimentar que aplicamos a todos os nossos parceiros comerciais”, disse o vice-presidente de Assuntos Governamentais da NCBA, Ethan Lane.

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Relatórios da NCBA citam os mesmos dois casos atípicos de vaca louca que ocorreram em Minas Gerais e em Mato Grosso e levaram a China a suspender a importação.

“A NCBA há muito expressa preocupações sobre a história do Brasil de não relatar casos atípicos de BSE em tempo hábil, um padrão que remonta a 2012. Seu histórico ruim e falta de transparência levantam sérias dúvidas sobre a capacidade do Brasil de produzir gado e carne bovina em um nível de segurança equivalente ao dos produtores americanos. Se eles não puderem cumprir essa barreira, seu produto não terá lugar aqui “, disse Lane.

A NCBA diz ainda que segundo relatórios da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), o Brasil demorou mais de oito semanas para relatar dois casos confirmados de encefalopatia espongiforme bovina atípica (EEB). A OIE exige que os países notifiquem em 24 horas qualquer evento de doença animal que possa ser de preocupação internacional para emergências de saúde pública.

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A NCBA finaliza o comunicado dizendo que: “Após a devastação do mercado em 2003, os produtores de gado americanos trabalharam para proteger os consumidores e restaurar a confiança em casa e no exterior. A confiança do consumidor que nossos produtores trabalharam tanto para construir não deve ser prejudicada por nenhum país que busque economizar ou esconder a verdade sobre as preocupações com a segurança alimentar. As empresas brasileiras de carne bovina precisam provar que são dignas de acesso aos consumidores americanos.”

IMPORTAÇÃO EM 2021 PARA OS EUA

Em setembro, os EUA importaram 49% a mais carne bovina do Brasil do que o mesmo período do ano passado. A participação da proteína brasileira nas importações norte-americanas subiu para 9,7% até setembro, bem acima dos 5,6% em 2020.

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(Débora Damasceno/ Sou Agro com agências)

(Débora Damasceno/Sou Agro)

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