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Energia renovável é saída para sustentabilidade financeira 

Débora Damasceno
Débora Damasceno
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O aumento do peso da energia elétrica na avicultura tem evidenciado uma saída a que, cada vez mais, produtores têm aderido: a geração própria a partir de fontes renováveis, principalmente a solar. Recentemente, o Sistema FAEP/SENAR-PR divulgou estudos técnicos que demonstram a viabilidade financeira do investimento em usinas fotovoltaicas e de biogás. Com a previsão do fim da Tarifa Rural Noturna (TRN) – programa que concede descontos à energia consumida no campo durante a noite e a madrugada – para dezembro de 2022, a aposta em energias renováveis deve ser determinante para a sustentabilidade financeira de atividades como a avicultura. 

“De um lado temos bandeiras tarifárias que encarecem a conta de luz. De outro, temos o fim de subsídios federais e estaduais. Então, a adoção da energia renovável deixou de ser uma alternativa, para se tornar uma realidade”, observa Luiz Eliezer Ferreira, do DTE. “Temos novas legislações que trouxeram segurança jurídica a esses investimentos. São projetos que se pagam em poucos anos e, após esse período, podem garantir renda ao produtor”, destaca. 

 

Não faltam exemplos que ilustrem o que Ferreira diz. Nos últimos seis meses, a conta de luz do avicultor Carlos Eduardo Maia aumentou mais de 40%, por causa de bandeiras tarifárias atreladas à escassez hídrica. De olho nos custos de produção, o produtor já vinha se estruturando para investir em energia renovável. Ele vai aportar R$ 3 milhões – financiados pelo BNDES – em painéis fotovoltaicos, que produzirão toda a energia consumida nos 12 aviários, que alojam 500 mil aves por lote. 

“As alterações na TRF já tinham limitado o desconto aos produtores. Agora, vamos ser autossuficientes em energia. Com essas bandeiras tarifárias, entre três a quatro anos o investimento vai se pagar”, diz Maia. “Mas o dinheiro economizado com energia por causa do investimento em usinas fotovoltaicas tem que ficar com o produtor. Não adianta, depois, a integradora querer zerar os repasses de energia, alegando que o avicultor já não tem esse gasto. A gente está investindo para deixar de gastar, não para a indústria ganhar em cima”, ressalva. 

 

Os produtores também ressaltam a dificuldade de o produtor captar crédito para investir nos projetos. Em algumas regiões, os avicultores não conseguem acesso ao Renova PR, programa do governo do Estado para fomentar a implantação de sistemas de energia renovável. Ainda assim, quem instalou as usinas em seus aviários atesta os benefícios. 

“O ganho real só vai existir quando o produtor terminar de quitar o financiamento. Mas sem sombra de dúvidas é uma alternativa viável. Em vez de pagar a energia à concessionária, você paga o financiamento da implantação da usina, que é um ativo do produtor”, diz o presidente da Comissão de Avicultura da FAEP, Diener Gonçalves Santana.

 

(FONTE: Sistema FAEP – FOTO: AEN)

(Débora Damasceno/Sou Agro)

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