#souagro | As queimadas registradas nos últimos dias em várias parte do País não provocaram apenas danos ambientais localizados. Seus efeitos podem ser sentidos a milhares de quilômetros de distância. Aqui mesmo, na região oeste do Paraná, é possível perceber que paira algo diferente no ar. O tom avermelhado do céu e o do sol amarelado nos fins de tarde, são resultado das partículas de poluição que não conseguem se dissipar no espaço sideral, uma vez que as temperaturas acima de 1.500 metros de altitude estão muito mais baixas. Quem explica é o agrometeorologista, parceiro do Portal Sou Agro, Reginaldo Ferreira. Se não chover e o índice de poluição aumentar, nos próximos dias podemos contemplar um fenômeno pouco comum: o dia pode virar noite no Sul do País.

Para se ter uma ideia, as queimadas nas regiões Norte e Centro-Oeste do Brasil cresceram 32% em comparação com o mesmo período do ano passado. Informações obtidas com o INPE (Instituto de Pesquisas Especiais) mostram que já são 27 mil focos de incêndio registrados no bioma, contra 20,5 mil em 2020. Neste mês de agosto, foram observados 6 mil focos de incêndio na Amazônia nos últimos 23 dias e 6,7 mil no Pará.

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O Mato Grosso ocupa a terceira colocação no ranking de queimadas, com 4,3 mil focos. Essa fuligem oriunda das queimadas naquelas regiões, aliada à frente fria no Rio Grande do Sul, pode escurecer o dia . Todo esse cenário tem a ver com a poluição atmosférica, por conta das queimadas. “A maior pressão atmosférica, bem como o maior volume da temperatura nas altitudes, impedem que essa fumaça e poluentes escapem para o espaço sideral, ou maiores altitudes”, comenta Reginaldo Ferreira.

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As partículas bem maiores que as moléculas de gás comuns, refletem luz de todos os comprimentos e cores. O céu poluído parece acinzentado durante o dia, em vez de azuis e os laranjas e vermelhos vibrantes no pôr de sol dão lugar a pálidos rosas e amarelos.

(Vandré Dubiela/Sou Agro)

Foto: Vandré Dubiela

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