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Crise de contêineres afeta movimentação em Paranaguá

Débora Damasceno
Débora Damasceno
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Os agentes de importação e exportação já sentem na prática um dos efeitos colaterais da pandemia: a falta generalizada de contêineres ocasionada pelo descompasso entre a estagnação econômica no início de 2020 e a retomada das atividades neste momento. Além da logística desfavorável, com a maioria dos contêineres concentrada nos portos do outro lado do globo, também houve redução na fabricação destes equipamentos durante a pandemia, o que reduziu ainda mais a oferta.

No Terminal de Contêineres de Paranaguá (TCP), a situação não é diferente. A falta destes equipamentos para o transporte de cargas especiais já causa impacto. A situação fica ainda mais grave pelo fato do terminal ser responsável por 40% da exportação da proteína animal brasileira. Sobre o tema e seus desdobramentos.

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PROBLEMA MUNDIAL

O diretor comercial e institucional da TCP, Thomas Lima explica sobre esse problema mundial que também afeta Paranaguá: “É um problema global que atingiu todos os principais portos do mundo por uma momentânea demanda maior do que a oferta de equipamentos e espaço nos navios. A pandemia desacelerou alguns mercados e indústrias no início. Entretanto, desde o começo desse ano, com a volta ao chamado “normal”, notamos uma retomada acentuada impulsionada, principalmente, pelas demandas que estavam reprimidas pela pandemia.

IMPACTO NO PREÇO DO FRETE

E essa falta de contêineres tem impactado diretamente no preço do frete marítimo: “É a lei da oferta e da procura. A demanda por transporte marítimo atual está consideravelmente mais forte do que a oferta de capacidade, ocasionando em aumento no valor dos fretes. Por exemplo, o frete Brasil-Ásia girava em torno de US$ 1 mil a US$ 2 mil e, hoje, está próximo dos US$ 10 mil”, explica Thomas.

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Com essa questão dos contêineres quase todos produtos que chegam ao porto foram prejudicados: “Produtos importados são, na maioria, matérias-primas para a indústria do Paraná, Mato Grosso do Sul e Paraguai. Além disso, temos os agroquímicos e fertilizantes que alimentam o agronegócio nacional. Na exportação, o maior volume é de proteína animal, com aproximadamente 40% do exportado, sendo o TCP o maior exportador desse segmento no país. Além disso, os segmentos florestal e alimentício são relevantes no fluxo. Temos um impacto geral em praticamente todos os segmentos”, detalha Thomas.

MEDIDAS TOMADAS

Para contornar esse problema da falta de contêineres algumas medidas estão sendo tomadas, para curto e longo prazo, como enfatiza o diretor comercial e institucional da TCP:  “Temos notícias sobre grandes encomendas de navios e contêineres que devem alentar o mercado em 2022 e 2023. Além disso, para o curtíssimo prazo estamos aumentando nossa capacidade de movimentação (mais pessoas e equipamentos) e viabilizando mais rotas em Paranaguá. Quanto ao uso dos porões dos navios, a carga geral é uma alternativa. Temos ofertado esse serviço para o segmento madeireiro e outros. Para o curto prazo, acredito que teremos um pouco mais de oferta de espaço decorrentes de algumas novas linhas. O sistema como um todo irá se ajustar por duas vias: gerenciamento do backlog para aliviar o sistema e o próprio aumento nos fretes está inviabilizando algumas cargas o que reduz a procura e aumenta o espaço – cargas migram para carga geral.”

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PERSPECTIVAS PARA O FUTURO

Thomas Lima explica que as perspectivas são de que o sistema logístico volte a se normalizar em 2022: “O sistema estava sendo utilizado em sua capacidade máxima (portos e navios) e, de forma geral, os clientes relatavam que não era possível conseguir espaço com menos de dois meses de antecedência (durante esses picos, nosso terminal chegou a 95% de ocupação estática). Hoje estamos com a ocupação média normal e, segundo relato dos clientes, é possível conseguir espaço com um mês de antecedência (mesmo com níveis de fretes marítimos altos). Com os dados e tendências que analisamos nesse momento, acreditamos que o sistema logístico estará equalizado no primeiro semestre de 2022. ”

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(FONTE: Sistema FAEP)

 

(Débora Damasceno/Sou Agro)

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