O Paran‡ deve voltar a ser o campe‹o de produtividade na soja e no milho na safra de 2017, de acordo com levantamento sistem‡tico de produ‹o agr’cola do Instituto Brasileiro de Geografia e Estat’stica (IBGE). Foto: Arquivo / SEAB

Com saca de milho beirando R$ 100, custo de produção assusta produtor

Sirlei Benetti
Sirlei Benetti
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#souagro | Pela primeira vez nos últimos 50 anos, a saca do milho (R$ 87) está valendo mais que a do trigo Ph 75/77 (cotado a R$ 84). A cotação do milho beira a casa dos R$ 100 no mercado futuro e a preocupação agora gira em torno dos custos de produção, uma vez que o milho é considerado o principal insumo de atividades estratégicas para a soma do Valor Bruto da Produção, envolvendo as cadeias de produção de suínos, aves e leite. Com saca de milho beirando R$ 100, custo de produção já assusta o campo.

O especialista em agronegócio, José Luís Nogueira, aborda os elevados custos dos insumos para os produtores, que necessitam da soja, mas principalmente do milho, grão que agrega valor à produção de suínos e aves no oeste do Paraná. “O valor de R$ 100 à saca para os contratos futuros para maio é muito simbólico e inimaginável”, avalia. “Logicamente que existe uma demanda interna e externa aquecida, mas somos o maior produtor de insumos do agronegócio mundial, sobretudo soja e milho, exercendo um protagonismo não somente na exportação de carnes, mas em relação a estes insumos vitais para o fôlego do campo”.

 

Entrevista com o especialista em agronegócio, José Luís Nogueira, para o Sou Agro:

 

Segundo o especialista, muitos produtores já encontram dificuldades para se manter na atividade, por conta dos custos elevados. “Não existe, até então, uma expectativa pessimista quanto à produção no Brasil, Estados Unidos e Argentina, mas sim uma expectativa ao milho segunda safra que será colhido no Brasil, ainda em curso e sem previsão de perdas”.

 

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O especialista ainda cita a “vantagem comparativa”, com a possibilidade de o país ampliar sua fronteira agrícola. “Se somos autossuficientes na produção, temos condições de dar continuidade a esse processo”. Em contrapartida – continua José Luís Nogueira -, o Brasil, a exemplo dos outros países, atravessa uma recessão como consequência do cenário pandêmico, gerando a falta de produto básico para a produção, que eleva o preço, tanto para o custo como para quem produz o grão. Para ele, falta estratégia de mercado para segurar a produção no Brasil. “Não estou vendo nenhuma movimentação do Ministério da Agricultura e nem mesmo da Conab, para fazer um estoque regulador, não abrindo mão de momentos agudos, como os leilões, como sempre foi feito, para atender, sobretudo, os pequenos produtores”. O especialista diz que é preciso ficar em alerta com tudo isso que está ocorrendo. “Se temos autonomia na produção, estamos pagando um preço muito alto, com reflexos na nossa segurança alimentar”.

(Vandré Dubiela/Sirlei Benetti)

 

Grão em franca valorização

A quarta-feira encerrou com a cotação do milho elevado no mercado físico brasileiro. As valorizações foram registradas em valorizações apareceram em Pato Branco, Ubiratã, Londrina, Marechal Cândido Rondon, Eldorado/MS, Campinas/SP, Cascavel, Não-Me-Toque/RS, Panambi/RS, Tangará da Serra/MT, Campo Novo do Parecis/MT e Ponta Grossa/PR.

 

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(Sirlei Benetti/Sou Agro)

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