carne suína

Brasileiro está consumindo mais carne suína e menos bovina

Sirlei Benetti
Sirlei Benetti
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Em meio a desafios, o consumo de carne suína per capita aumenta no Brasil pelo segundo trimestre consecutivo, chegando a 17,65 kg nas projeções no trimestre (gráfico 1) e 17,58 kg na média semestral, lembrando que o consumo recorde foi atingido em 2020, com 16,9 kg. Ou seja, apesar de problemas de poder aquisitivo da população em geral e das restrições da pandemia de Covid-19, a carne suína tem se mostrado cada vez mais como uma opção para o consumidor brasileiro, que tem aumentado cada vez mais a presença da suína na mesa em 2021.

Gráfico 1. Estimativa de consumo per capita ano (kg/habitante/ano) projetada em cada trimestre (do terceiro trimestre de 2018 ao segundo trimestre de 2021), baseada na disponibilidade interna de carne suína (produção menos exportação de carne in natura). Fonte: IBGE e MDIC. * dados preliminares do 2T 2021.

Este fenômeno do aumento de consumo doméstico (per capita) no primeiro semestre de 2021 foi observado também para as outras proteínas (tabela 1), totalizando uma projeção anual de 93,01 kg per capita, sendo que a carne suína representa 19% deste total.

Tabela 1. Evolução do consumo per capita ano do Brasil (kg/habitante) das três principais proteínas animais desde 2015 até o primeiro semestre de 2021. Fonte: IBGE e MDIC.

O crescimento do consumo de carne suína pode parecer pequeno em números absolutos, mas percentualmente é extraordinário. Pelos números apresentados na tabela 1, enquanto a carne bovina perdeu espaço na mesa do consumidor brasileiro (-6,95%), a carne suína, desde 2015, teve o maior crescimento (+21,48%), bem superior ao do frango (+6,62%). Em números absolutos, o brasileiro passou a consumir 4,12 kg per capita ano a mais de todas as carnes, sendo que reduziu 2 kg de carne bovina e praticamente aumentou as mesmas quantidades de frango e suíno (3,02 kg e 3,11 kg respectivamente).

Para o consultor de mercado da ABCS, Iuri Pinheiro Machado, “Este aumento consistente e contínuo do consumo doméstico de carne suína é, sem dúvida, o fato mais positivo do ano até o momento. Pode-se considerar como uma espécie de “território conquistado” ao longo dos últimos anos, fruto do árduo trabalho do setor, encabeçado pela ABCS, em várias frentes: maior produtividade nas granjas (competitividade no preço), busca incessante da qualidade da carne e da apresentação dos cortes e informação aos consumidores e profissionais de saúde quanto à saudabilidade da carne suína, dentre outras ações estruturantes.”

Já falando sobre mercado externo, o mês de julho fechou com 92,84 mil toneladas de carne suína in natura embarcada (tabela 2). No balanço acumulado do ano, de janeiro a julho, quando comparado com o mesmo período do ano passado, houve um aumento de 16 % (+81,9 mil toneladas) no volume de carne suína brasileira in natura embarcada no total e de 22 % para a China (+61,8 mil toneladas). Para os próximos meses á esperado uma redução da diferença em relação ao mesmo período do ano passado, como já vem acontecendo nos últimos 3 meses, projetando-se terminar o ano de 2021 com volumes exportados acima de 10% superior ao de 2020.

Porém, ainda preocupa o baixo preço da carne suína no mercado doméstico chinês, o que pode pressionar a uma possibilidade de barganha de preços de nossa carne, reduzindo as margens de exportação, com risco de redução do ritmo dos embarques. Por outro lado, o câmbio do dólar no Brasil tem se desvalorizado, propiciando maior competitividade para nossas vendas externas. É preciso ficar atento a estes movimentos, pois o mercado doméstico tem se apresentado bastante ofertado e, eventuais reduções nos embarques podem aumentar a oferta interna, pressionando para baixo os preços pagos aos produtores.

Fonte: ABCS

(Sirlei Benetti/Sou Agro)

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