Boletim logístico: milho registra queda na exportação
O Boletim Logístico produzido pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) trouxe o desempenho dos estados em relação aos transportes. Falando sobre o Paraná, a pesquisa de preços para os serviços de transporte no mês de novembro mostrou queda para a rota de Toledo e Cascavel, em direção ao porto de Paranaguá.
Segundo o mercado de transporte a movimentação de carga ainda é baixa, por se tratar de período de entressafra para os cultivos de verão em análise. As rotas para o transporte de feijão partindo de Ponta Grossa com destino a São Paulo/SP e Rio de Janeiro/RJ tiveram um leve aumento.
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Em consulta, o aumento não mostrou ser em função da movimentação de carga, mas sim, face aos constantes aumentos de preço do combustível, que embora tenham sofrido redução agora em dezembro, não houve impacto na coleta de preços de novembro.
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Na rota de Campo Mourão e Ponta Grossa, com destino ao Paranaguá ocorreu leve aumento, com pouca variação, não sendo acima de 4%. De acordo com o Boletim de Grãos da Conab, divulgado em 09 de dezembro, “no estado do Paraná ocorreu um clima mais chuvoso, onde boa parte das lavouras foi plantada ainda em outubro. Apesar do clima mais seco em novembro oplantio continuou, porém, não chegou ao seu término com mais de 88% das áreas plantadas. As áreas plantadas têm condições boas acima de 95%, entre germinação e maturação, neste momento”
Milho
O cenário de exportação de milho se consolida com uma forte redução em relação à safra anterior, com uma queda de 42,5%, saindo de 29,55 para 16,99 milhões de toneladas embarcadas de janeiro a novembro. Dentre os principais fatores de influência cita-se: a quebra da safra de estados importantes como Paraná, Mato Grosso do Sul e Goiás, bem como os elevados preços internos acima da paridade de exportação, que favoreceram o redirecionamento do mercado tradicionalmente exportador no 2º semestre, para atendimento da aquecida demanda doméstica.
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No entanto, fatores como a alta do dólar ao longo do mês de novembro, bem como cotações do grão na Bolsa de Chicago, somados aos prêmios variando entre USCents 97,00 a 103,00/bu, nos portos brasileiros, para os mês de dezembro, é possível que haja um novo interesse por parte de alguns produtores que ainda detém estoques de milho para negociar com vistas à exportação.
Muito provavelmente, estas negociações tendem a vir do estado de Mato Grosso, visto que as perdas nesse estado não foram significativas. O que chama atenção é a diferença no volume embarcado do estado de Goiás, que teve uma queda brusca de 3,59 milhões para 885,71 mil toneladas exportadas no acumulado do ano, denotando o impacto da perda de produção na dinâmica de movimentação de cargas de grãos no segundo semestre deste ano para o referido estado.
Contudo, percebe-se que mesmo com a forte diminuição nos embarques do milho neste ano, o impacto no volume total do complexo de portos do Arco Norte foi menos significativo que no porto de Santos, inclusive para o porto de Itacoatiara houve um incremento de volume embarcado.
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Neste contexto, espera-se que para o próximo ano-safra, o volume de milho embarcado por esses portos seja bem mais acentuado, possivelmente podendo representar uma participação acima de 50,0% do total de milho exportado, com direcionamento aos portos acima do paralelo 16.
Soja (grão e farelo)
Em relação à soja, o Brasil atingiu um novo recorde com 83,38 milhões de toneladas no acumulado de janeiro a novembro, superando, inclusive, o recorde do ano de 2018, que foi de 83,26 milhões de toneladas no total. Neste ritmo, é bem possível que o país exporte, para a safra 2020/21, o volume de 85,79 milhões de toneladas, estimadas pela Conab.
Mato Grosso e Rio Grande do Sul seguem como os principais estados exportadores de soja do ano com 23,31 e 12,07
milhões de toneladas embarcadas, respectivamente.
Dentre os principais portos do Arco Norte que embarcaram soja, há de se dizer que o de maior incremento em volume foram os portos de Itaqui, no Maranhão, e Barcarena, no Pará, com um acréscimo da ordem de 1,04 milhão e 785,82 mil toneladas a mais, respectivamente.
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Tal fato deixa claro cada vez mais, a importância de investimentos em infraestrutura de transportes, tais como melhores rodovias, novas ferrovias e hidrovias, visando diminuir, ainda mais, o custo com o escoamento da produção, sobretudo do Centro-Oeste e MATOPIBA, bem como o recebimento de insumos que têm como entrada esses portos.
Quanto ao farelo de soja há um incremento na exportação de pouco mais de 480 mil toneladas. Tradicionalmente, os
portos de Santos – SP, Paranaguá – PR e Rio Grande – RS são os mais tradicionais sendo responsáveis, nesta safra, por 87,6% do volume total embarcado.
Este cenário se explica pelo maior volume de indústrias processadoras e refinadoras de soja situadas em regiões onde há boa disponibilidade de ramais ferroviários que, geralmente são direcionados a estes portos -, o que impacta
diretamente no custo logístico e na rentabilidade de indústria.
Para acessar o boletim logístico completo, CLIQUE AQUI.
(FONTE: Conab)