A La Niña não vai embora este ano?
#souagro| A La Niña é o fenômeno que tem influenciado muito nas condições climáticas do país. É bem importante acompanhar a previsão em que La Niña permanece no país para tentar se prevenir com o que vem por aí. Por isso Ronaldo Coutinho trouxe um verdadeiro diagnóstico deste cenário e ao que tudo indica a La Niña está bem persistente.
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“Principalmente litoral sul, a água tá muito fria, em 19 a 21 graus. Isso tem atrapalhado a chuva ali na parte do litoral sul, a La Niña continua bela e formosa, a água quente continua ajudando o Nordeste diminuiu a água fria aqui em frente ao Sul e Sudeste. Isso aqui vai ajudar a melhorar a chuva em fevereiro. Então o Atlântico nesse momento ele passa a ajudar um pouco o Sul em relação a chuva, depois ele volta a esfriar lá pelo mês de março, abril ele esfria de novo”, detalha Coutinho.
A La Niña está persistindo em permanecer ao longo dos meses: “Para fevereiro março e abril, temos uma La Niña bem definida, fraca, moderada, até momentos de forte. Abril, maio e junho, ou seja, outono, inverno, nós temos o quê? A La niña bem moderada, quase forte. O Atlântico começa a voltar a esfriar e ainda continua aquecido aqui no litoral do nordeste. Então, favorece uma extensão maior da estação chuvosa no Nordeste e volta a secar aqui no sul, deixando agora início do outono com chuvas gradativamente diminuindo e vamos ter de novo longos períodos de estiagem. E o frio podendo chegar cedo, durante o inverno nós teremos a La Niña bem definida, fraca, moderada, o Atlântico ficando mais frio aqui e neutro praticamente no Nordeste. Julho, agosto e setembro, inverno, primavera, a La Niña continua aumentando de intensidade, o Atlântico continua esfriando, esse conjunto aqui não é nem um pouco bom para início da safra 2022/23. Tudo sinaliza no momento que a La Niña vai continuar atravessando o verão, outono, inverno e provavelmente pode ir até o final do ano”, explica Coutinho.
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CONSEQUÊNCIAS PARA SAFRA
Essa persistência da La Niña tem como consequência condições climáticas que podem influenciar no resultado da safra, inclusive com possibilidade de geada chegando mais cedo segundo Coutinho: “A geada chegando cedo e saindo tarde podendo ter uma, duas ou três ondas de frio que chamem atenção, pode ameaçar o café no Sul de Minas, no serrado. O milho safrinha com geada mais cedo, geada precoce, geada tardia na fruticultura, algum friozinho meio doido que possa afetar o arroz, agora em fevereiro ou março.”
Segundo as previsões então, por enquanto a La Niña, no mínimo, vai até outubro e os efeitos dela duram o ano inteiro. E é possível que tenha outra outra safra 2022/23 com sério problema de saída: “O frio se estendendo dentro da primavera pode ameaçar a fruticultura com geada fora de época, ameaçar o trigo, mesmo plantado tardio. Pode ameaçar plantio da segunda época agora de soja, feijão, milho, milho forragem que o pessoal faz entre o Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Sudoeste Paraná”, detalha Coutinho.
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ESCALONAR O PLANTIO
Por conta dessas previsões da persistência de La Niña, a orientação aos produtores é escalonar o plantio para se prevenir de possíveis perdas: “O mais recomendável é escalonar plantio. Vamos fazer? Não acredito. A gente falou isso no ano passado não fizeram. Por quê? tá toda estrutura preparada para essa formatação, soja, milho e depois trigo. Então, o pessoal tem que ficar atento, tem que começar a escolher, converse com o seu técnico. A melhor defesa além de quem tem irrigação e reservar água é o quê? É fazer com que plantem em determinadas épocas. Aqui no litoral sul foi um exemplo, os que plantaram cedo colheram bem, os que
que plantaram dez, quinze dias depois que não colheram nada ou quase nada. Os que plantaram um mês, um mês e pouco depois colheram bem de novo. E os que plantaram um pouquinho depois desse período estão sofrendo agora. Então é escalonar, plantar meio que junto, se possível, a soja e o milho”, finaliza Coutinho.
(Débora Damasceno/ Sou Agro)